Entenda por que o Santander deixou a lista dos cinco maiores bancos do BC
Empresas citadas na reportagem:
O Santander, quinto maior banco do país, ficou de fora do grupo do considerado pelo Banco Central (BC) na nova metodologia para medir a concentração do sistema financeiro, que agora leva em conta apenas os quatro primeiros da lista. A nova métrica foi divulgada na manhã desta quinta-feira, no Relatório de Economia Bancária (REB).
Antes, o BC somava a participação das cinco maiores – e mais expressivas – instituições financeiras do país para mensurar quanto elas representavam do total de operações de crédito, ativos e depósitos totais.
Sem o Santander, a autoridade monetária passa a mostrar apenas a proporção da Caixa, do Banco do Brasil, do Bradesco e do Itaú juntos. Veja abaixo perguntas e respostas:
O Santander reduziu de tamanho?
Não, a instituição permanece na quinta posição. A nova metodologia é usada apenas para medir a concentração do sistema financeiro e não impacta as chamadas regras prudenciais. Dessa forma, o Santander ainda pertence ao segmento S1, que engloba os bancos maiores e que, portanto, se submetem a mais exigências regulatórias. Seis instituições integram este grupo, que também inclui o BTG Pactual.
Por que a metodologia do BC mudou?
De acordo com o diretor de organização do sistema financeiro do BC, Renato Gomes, o novo formato é “mais comum internacionalmente” e “mais informativo”. Ele enfatizou que não há razão para a mudança além da adequação à prática internacional.
O que muda na prática?
Como o BC retirou um dos grandes bancos da conta, o percentual de concentração se reduz automaticamente. No relatório, contudo, a autoridade monetária mantém um quadro com o modelo antigo para comparação. Na métrica atual, as quatro maiores instituições concentravam 59,3% do mercado de crédito em 2021, por exemplo. Se o Santander for incluído, o percentual sobe para 67,9% (incluindo o segmento não bancário).
Para que serve o indicador de concentração do Banco Central?
O índice mostra a fatia dos maiores bancos do país no mercado de crédito, no total dos depósitos bancários e nos ativos. Quando o percentual é muito grande, significa que a concentração do setor é elevada e que os consumidores têm poucas opções, o que pode encarecer o crédito. Para a proporção cair, é preciso que haja mais competição no sistema financeiro.
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