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Em dois anos, Marisa já colocou R$ 262 milhões em sua financeira, que está sendo descontinuada
O Banco Central aprovou, nesta semana, um aporte de R$ 10 milhões na M Pagamentos, financeira da varejista Marisa. Com isso, em dois anos o grupo já aportou R$ 262,047 milhões na companhia, que está sendo descontinuada. É quase o triplo do plano anunciado pela companhia no início de 2023.
Depois de anos enfrentando dificuldades com sua financeira, a Marisa fez um acordo com a Credsystem no fim de 2023 para que a parceira assumisse a operação dos seus produtos de crédito. Desde então, a financeira M Pagamentos vem sendo descontinuada, mas o processo não tem sido simples.
A Marisa solicitou ao Banco Central o encerramento da M Pagamentos pela primeira vez em dezembro de 2023. O pedido, feito ao departamento errado dentro do BC, foi indeferido, e uma nova solicitação foi feita em fevereiro de 2024 – que ainda está sob análise.
Em maio, a autoridade exigiu a apresentação de um plano de descontinuidade e, em junho, enviou à companhia três ofícios, exigindo manifestação de seus representantes sobre o descumprimento de obrigações regulatórias e a formalização do referido plano.
Em julho, a Marisa respondeu aos ofícios e apresentou um plano de descontinuidade composto por três pilares: redução de despesas operacionais da M Pagamentos; resgate e liquidação dos CDBs até dezembro de 2024; e posição de caixa e carteira de recebíveis. A companhia solicitou o prazo de 180 dias para a consecução do plano, “que consiste na liquidação de todo o passivo da instituição mediante a performace da carteira de recebíveis limitado a 31 de dezembro de 2024”, segundo afirma em seu balanço do terceiro trimestre.
A Marisa diz, também, que solicitou a dispensa extraordinária da obrigação de enquadramento aos limites regulatórios do patrimônio de referência até a conclusão do plano de descontinuidade.
A M Pagamentos teve prejuízo de R$ 4,8 milhões no terceiro trimestre, uma melhora de 86,9% em relação ao resultado, também negativo, do terceiro trimestre de 2023. Segundo o sistema IFData, do BC, ao fim de setembro, a empresa tinha patrimônio líquido negativo de R$ 1,944 milhão, e seu índice de Basileia era de 1,93%, bem abaixo do mínimo de 10,5% exigido pelo BC.
*Com informações do Valor Econômico
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