Elon Musk e Jeff Bezos acirram disputa pelo espaço
O lançamento planejado para o fim de semana de um foguete de cerca de 100 metros de altura dará uma nova reviravolta em um velho drama: Davi contra Golias no espaço.
Golias, na versão de 2025 do conto bíblico, é a SpaceX de Elon Musk. O papel de Davi está sendo desempenhado pela empresa de propriedade de Jeff Bezos, Blue Origin.
Primeiro, Davi. A Blue Origin está programada para testar seu foguete New Glenn pela primeira vez neste domingo. A janela de lançamento abrirá à 3h da manhã (de Brasília) e será transmitida online. A espaçonave deve decolar do Complexo de Lançamento 36 na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, Flórida.
Primeira ação efetiva da Blue Origin
New Glenn, um foguete de cerca de 100 metros com um primeiro estágio reutilizável, é a primeira incursão significativa da Blue Origin no negócio global de serviços de lançamento.
O atual veículo de lançamento da empresa, apelidado de New Shepard, é usado para turismo espacial suborbital.
Tirar Glenn do chão é importante. A Blue Origin já reservou clientes que buscam colocar coisas no espaço – incluindo o negócio de comércio eletrônico fundado por Bezos, a Amazon.
A Blue Origin foi fundada em 2000, dois anos antes da SpaceX. Embora o desenvolvimento do New Glenn tenha começado a sério por volta de 2016, não se engane: neste estágio, a SpaceX é um gigante sem igual.
SpaceX é uma gigante sem igual
A SpaceX foi responsável por mais da metade dos lançamentos espaciais globais em 2024, colocando quase 140 foguetes no espaço.
A SpaceX atende ao setor privado — junto com o governo dos Estados Unidos. A SpaceX também envia satélites para o Starlink, seu serviço de Wi-Fi baseado no espaço que atende cerca de cinco milhões de assinantes em 114 países.
Quanto ao Golias, a SpaceX está programada para conduzir seu sétimo teste do enorme sistema de lançamento Starship na segunda-feira. A janela de lançamento começará às 19h de Brasília. E será transmitida online.
A Starship é o maior veículo de lançamento já projetado, com cerca de 120 metros de altura na plataforma de lançamento. O primeiro teste em 2023 explodiu – o que não afetou a SpaceX de forma alguma. Durante o quinto teste, realizado em outubro, a SpaceX espetacularmente pegou a metade inferior do foguete com braços mecânicos. A SpaceX não conseguiu repetir o feito em novembro, quando o sexto teste foi realizado.
A incursão sete testará atualizações no estágio superior da Starship. A SpaceX tentará pegar a metade inferior do sistema novamente e está planejando reutilizar um dos motores Raptor usados no quinto teste.
“Não podemos nem imaginar o que a Starship fará (pela) humanidade e pelas vidas humanas”, disse a diretora da SpaceX, Gwynne Shotwell, na Baron Investment Conference em novembro. “Acho que essa será a parte mais valiosa da SpaceX.”
Projetada para ser reutilizável
A Starship foi projetada para ser totalmente reutilizável; o New Glenn e os foguetes SpaceX já em serviço foram projetados para reutilizar suas metades inferiores.
A reutilização total significa que é menos caro para as empresas chegarem ao espaço. O tamanho também ajuda a reduzir os custos – é menos dinheiro por unidade de carga útil. O tamanho também cria possibilidades inexploradas, como o serviço de satélite no espaço e viagem hipersônica, de acordo com Shotwell.
No Antigo Testamento, Golias não era um vencedor de longo prazo, mas esse não foi o caso da SpaceX. O sucesso futuro da Blue Origin equivalerá a esculpir um nicho lucrativo em serviços de lançamento. A SpaceX, enquanto isso, provavelmente se concentrará em expandir seus negócios de Wi-Fi e oferecer serviços de lançamento ao redor do mundo – enquanto tenta chegar a Marte ao longo do caminho.
Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir
