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Crise climática expôs pessoas a seis semanas extras de calor perigoso em 2024
A crise climática causou, em 2024, cerca de seis semanas adicionais de dias perigosamente quentes para as pessoas, potencializando os impactos fatais das ondas de calor ao redor do mundo, informou uma nova pesquisa da World Weather Attribution (WWA) e da Climate Central divulgada nesta sexta-feira (27).
Segundo o estudo, quase metade dos países do mundo suportou pelo menos dois meses de temperaturas de alto risco. Mesmo nos lugares menos afetados, como Reino Unido, Estados Unidos e Austrália, a poluição por carbono resultante da queima de combustíveis fósseis levou a três semanas adicionais de temperaturas elevadas.
No entanto, os efeitos do aquecimento global causado pelo homem foram muito mais graves para algumas populações, como estados insulares do Caribe e do Pacífico, onde muitas pessoas enfrentaram cerca de 150 dias a mais de calor perigoso do que teriam sem o aquecimento global – quase metade do ano.
Crise climática expõe milhões de pessoas
A pesquisa descobriu que a pessoa média foi exposta a mais 41 dias de calor perigoso, destacando como a crise climática está expondo milhões de pessoas a temperaturas extremas por períodos mais longos no ano.
A Indonésia, por exemplo, com 280 milhões de habitantes, enfrentou 122 dias adicionais de calor perigoso, assim como Cingapura e muitos países da América Central. Já o Brasil e Bangladesh enfrentaram cerca de 50 dias extras de calor, enquanto Espanha, Noruega e países dos Bálcãs tiveram um mês adicional de altas temperaturas.
“Os impactos do aquecimento causado por combustíveis fósseis nunca foram tão claros ou devastadores quanto em 2024, causando sofrimento implacável”, disse Friederike Otto, do Imperial College London e co-líder da WWA, segundo o The Guardian.
“As enchentes na Espanha, os furacões nos EUA, a seca na Amazônia e as inundações na África são apenas alguns exemplos. Sabemos exatamente o que precisamos fazer para evitar pioras: parar de queimar combustíveis fósseis.”
O que é essencial para reverter situação?
Segundo os cientistas, o fim da queima de carvão, petróleo e gás é essencial para evitar que os efeitos se tornem ainda piores.
O ano de 2024 está projetado para ser o mais quente já registrado, com emissões recordes de carbono. Os pesquisadores ainda pediram que as mortes por ondas de calor sejam relatadas em tempo real, considerando que os dados atuais são uma “subestimação grosseira” devido à falta de monitoramento.
Com informações do Valor Econômico
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