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Bolsas de NY recuam e taxas de Treasuries moderam alta antes de ata do Fed
As bolsas de Nova York têm uma sessão negativa nesta quarta-feira e os rendimentos dos Treasuries perderam a força vista mais cedo depois que reportagem da CNN afirmou que, segundo fontes a par do assunto, Donald Trump pretende declarar “emergência econômica” para poder aprovar tarifas comerciais mais abrangentes a seus parceiros comerciais. Essa possibilidade existe dentro de lei que dá ao presidente o controle das importações em momentos de emergência.
Porém, a alta das taxas dos Treasuries foi moderada por comentários mais “dovish” (suaves, inclinados ao afrouxamento monetário) vindos do diretor do Federal Reserve (Fed) Christopher Waller, que disse, em evento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, que as tarifas de Trump podem criar novas fontes de pressão inflacionária, mas não é esse o cenário em que ele acredita. Waller disse que o ritmo dos cortes de juros será determinado pelo retorno da desaceleração da inflação.
Investidores ainda apostam, contudo, no potencial inflacionário das medidas de Trump o que faz com que os rendimentos se mantenham em patamares historicamente elevados, com o yield de 10 anos sendo negociado hoje em seus maiores níveis desde abril do ano passado.
Por volta das 12h52, o rendimento da T-Note de 2 anos era negociado a 4,279%, de 4,302% ontem. Já o yield do papel de 10 anos avançava a 4,688%, de 4,687% enquanto o retorno do título de 30 anos subia a 4,929%, de 4,919%.
Mais tarde, o Tesouro dos EUA vai ofertar US$ 22 bilhões em títulos de 30 anos. No leilão anterior, a taxa máxima foi de 4,535%. Depois, será divulgado a ata da reunião do Fed de dezembro. O mercado observa o resultado dos dois.
Segundo o economista da Wells Fargo, Jay Bryson, uma política tarifária agressiva da Casa Branca poderia levar a mais inflação — mas modelos econômicos sugerem que seria um aumento único no nível de preços, em vez de uma espiral inflacionária prolongada.
“Isso poderia convencer o Fed a ser mais paciente em responder à inflação induzida por tarifas, especialmente se o mercado de trabalho continuar a desacelerar”, diz Bryson, que projeta três cortes de juros de 0,25 ponto para 2025. “Mas se uma guerra comercial se tornar mais prolongada, como em uma série de represálias internacionais de retaliação, o Fed pode ter que levar as consequências inflacionárias mais a sério”.
Diante da expectativa de menos cortes de juros que o previsto pelo Fed – o CME Group projeta apenas um corte de 0,25 ponto ante dois cortes do SEP do Fed – e incertezas sobre as tarifas, Wall Street tem dia negativo. O índice Dow Jones cai 0,14%, o S&P 500 perde 0,12% e o Nasdaq recua 0,18%. Os setores de concessionárias públicas e serviços de comunicação lideram as baixas.
*Com informações do Valor Econômico
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