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Bitcoin cai acompanhando Wall Street, mas analistas falam em fundamentos intactos
O bitcoin e o ethereum seguem em queda nesta segunda-feira (22) acompanhando o desempenho negativo das bolsas dos Estados Unidos. No radar, os investidores continuam preocupados com a possibilidade do Federal Reserve adotar aumentos de juros mais agressivos para conter o avanço da inflação nos EUA.
A semana terá uma agenda econômica agitada para acompanhar a partir da quinta-feira (25) com divulgações do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre e do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), além do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, em Wyoming.
Perto das 17h15 (horário de Brasília), o bitcoin caía 1,9% a US$ 21.083 e o ether, moeda digital da rede ethereum, recuava 2,8% a US$ 1.575, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas é de US$ 1,05 trilhão. Em reais, o bitcoin tem perdas de 2,18% a R$ 110.776 e o ethereum se desvaloriza em 1,96% a R$ 8.234, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Em Wall Street, o índice Dow Jones registrou queda de 1,91% a 33.063 pontos, o S&P 500 caiu 2,14% a 4.138 pontos e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, recuou 2,55% a 12.381 pontos.
Segundo Israel Buzaym, head de comunicação da BitPreço, o bitcoin tem experimentado quedas expressivas nos últimos dez dias, mas continua dentro da região de suporte dos US$ 20 mil. “Após tentar romper a maior resistência nos 25 mil e ter sido rejeitado, as notícias voltaram a impactar no preço”, afirma.
Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, avalia que a correção atual era esperada e que os traders não devem se empolgar muito com posições vendidas apostando em maiores recuos da criptomoeda. “Os fundamentos apontam para o sentido contrário. Então, eu duvido muito que o bitcoin faça um fundo maior que o fundo anterior. Duvido muito que o bitcoin rompa os US$ 18 mil para baixo”, explica.
Uma das notícias que fortalece os fundamentos da rede do Bitcoin é, como Israel Buzaym destaca: o congelamento de preços que ocorre na França. O Carrefour anunciou hoje que congelará os preços de 100 produtos de uso diário diante da pressão do presidente Emmanuel Macron para que as empresas se esforcem mais na contenção do aumento de preços.
“Para nós, que enxergamos uma das características do Bitcoin sendo a de reserva de valor, é notável que a intervenção estatal na economia é prejudicial. Ver, em pleno 2022, países grandes cometendo os mesmos erros do passado aponta para o quão no começo ainda estamos no mercado cripto, e reforça o quão valioso é o Bitcoin ser imparável e não estar sujeito a políticas monetárias e ações governamentais”, argumenta.
Também no radar, a stablecoin HUSD, da corretora Huobi, perdeu a paridade com o dólar no final da semana passada, o que contribuiu para o pessimismo no mercado de criptomoedas, que ainda tem fresco na memória o colapso da stablecoin algorítmica Terra e de sua contraparte, a Luna. A HUSD chegou a cair a US$ 0,82 no dia 18, mas hoje negocia a US$ 0,996. A Huobi atribuiu a perda de paridade a formadores de mercado que teriam sido desligados por motivos regulatórios.
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