O Banco Central (BC) retirou perguntas sobre taxa neutra e impulso fiscal e incluiu uma questão sobre mercado de trabalho no Questionário Pré-Copom (QPC) enviado para analistas e divulgado nesta sexta-feira. O QPC de janeiro tem sete questões e o anterior, de dezembro, tinha dez.
O QPC é um instrumento do BC para captar análises e projeções de economistas que serão utilizadas como insumo na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No QPC, o BC pede projeções sobre o comportamento de juros, avaliações sobre a inflação futura e cenário externo.
Para a reunião de janeiro, que acontecerá nos dias 28 e 29, o Copom já sinalizou que realizará uma elevação de 1 ponto percentual na taxa básica de juros se confirmado o cenário esperado. Dessa forma, a Selic chegaria a 13,25% ao ano. Para a outra reunião, em março, o colegiado também indicou que faria mais uma elevação de 1 ponto.
No caso do QPC divulgado nesta sexta-feira, o BC decidiu retirar uma questão que pedia uma avaliação quantitativa do impulso fiscal sobre o crescimento do PIB em 2024 e 2025. A questão constava no QPC anterior, de dezembro.
Outra questão retirada entre os dois últimos QPCs foi a da estimativa para a taxa de juros real neutra e a taxa de crescimento do PIB potencial da economia brasileira no curto prazo, daqui a dois anos e daqui a cinco anos. Na última reunião, o Copom revisou sua estimativa para a taxa de juros real neutra de 4,75% para 5% ao ano. A taxa neutra é aquela não estimula nem desacelera a economia.
Por outro lado, o BC incluiu novamente um pedido para que os economistas informassem as projeções para as variáveis do mercado de trabalho em 2024 e 2025, como taxa de desemprego, rendimento efetivo real e população ocupada. Essa questão não estava presente no QPC de dezembro, mas constou no de novembro.
O tema do mercado de trabalho é citado constantemente nas comunicações oficiais do BC. Na ata da última reunião do Copom, a avaliação do colegiado era que o mercado continua aquecido e que esse aquecimento, em conjunto com uma política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito amplo, “segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada”.
A questão sobre projeções para o hiato do produto (medida de ociosidade da economia) estava presente no QPC de dezembro, mas foi retirada no de janeiro. Antes, havia aparecido no questionário de setembro do ano passado.
O QPC de janeiro não teve questões sobre a variação do saldo de crédito e sobre o balanço de pagamentos. Essas questões estavam no QPC de dezembro. O BC costuma incluir pedido de informações sobre esses dois temas com intervalo de uma reunião do Copom. As questões foram incluídas em dezembro, mas estavam ausentes em setembro e assim por diante.
*Com informações do Valor Econômico
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