Avin lança fundo que vai acessar estratégia de arbitragem em criptoativos no exterior

A Avin Asset, braço de gestão de recursos do grupo Acqua Vero, vai lançar um multimercado local (“feeder”) para investir num fundo que faz estratégias de arbitragem de criptomoedas no exterior. O veículo vai acessar uma carteira em Cayman da 518 Asset Management.

A gestora foi fundada por Daniel Kasinski, ex-diretor associado de produtos da B3, e antes passou por instituições como BNP Paribas, Itaú BBA e Safra, ao lado do matemático Mohit Dhavan, que tem 25 anos de experiência como operador em bancos de investimentos e foi sócio de duas gestoras que foram vendidas, a RD Capital e a ARQ Management, de arbitragem de ativos digitais e de ações, respectivamente.

Segundo Flavio Castanheira Jr., co-fundador e executivo-chefe de operações (COO) da Avin, o fundo, batizado de Tarmac Income, que nasceu como uma carteira administrada, não corre risco direcional em criptomoedas como bitcoin ou ethereum. A gestão vai operar o diferencial de preços, buscando a taxa de juros implícita em contratos à vista e de futuros. Tem no seu mapeamento cerca de 90 ativos digitais elegíveis. Em fase pré-operacional na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o portfólio vai ter administração do BTG Pactual.

Mesmo com uma alavancagem que chega a 300%, a volatilidade fica na casa dos 5%, diz Castanheira. Com hedge para reais, o investidor não vai correr risco de variação cambial. A expectativa de retorno, diz, é na casa dos 25%. “É uma forma de oferecer ao investidor brasileiro uma alternativa com nível de risco/retorno diferente do que ele tem aqui, de Ibovespa, IMA-B [de notas atreladas à inflação], dólar, nada tem uma correlação razoável com esse tipo de produto”, resume Castanheira.

A Avin nasceu a partir da aquisição da BlueGriffin Partners pela Acqua Vero, em julho de 2022. A casa tinha sido fundada dois anos antes por Marcelo Karvelis, que esteve no grupo de formação da Claritas, e por Castanheira, que foi diretor da asset e antes foi diretor institucional da Principal, que adquiriu a gestora brasileira.

Em dois anos de operação, a Avin Asset reúne um patrimônio de menos de R$ 1 bilhão, diz Castanheira. Da BlueGriffin, carregou o viés de investir em ações globais — Karvelis vive há dez anos nos Estados Unidos e divide seu tempo lá e cá. Tem ainda um fundo de renda fixa indexado ao CDI e portfólios customizados, abastecendo o serviço de multifamily office, dedicado à gestão de grandes patrimônios.

De acordo com Castanheira, a ideia não é criar estratégias de multimercados ou fundos de ações locais, tampouco avançar na área de crédito, que dominou o setor de gestão de recursos nos últimos dois anos. “Os multimercados enfrentaram problemas sérios e houve o lançamento de uma infinidade de fundos ligados a crédito, FIDC [de recebíveis], mas não é a nossa especialidade”, diz. “A gente tem especialidade em gerir portfólios, seja no mercado local ou internacional.”

A diferença dentro da estrutura Acqua Vero é que a gestora passou a “pescar no próprio aquário”, diz Castanheira. Hoje o grupo tem sob o seu guarda-chuva cerca de R$ 7,5 bilhões. Como assessoria de investimento, o escritório foi um dos primeiros a migrar da rede XP para o BTG Pactual, em maio de 2021, numa fase quente de disputa pelas operações mais promissoras. À época reunia cerca de R$ 8,3 bilhões.

*Com informações do Valor Econômico

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