Ações da Azul disparam com assinatura de memorando com controladora da Gol; valor de mercado bate R$ 1,5 bi
Os papéis da Azul lideram as maiores altas do Ibovespa na sessão de hoje. O movimento é reflexo da notícia de que, ontem, a Azul e a Abra, holding que controla a Gol, assinaram um memorando de entendimento (MOU, na sigla em inglês) para potencial fusão entre as empresas, conforme adiantou o Valor na semana passada.
Por volta das 14h40, os papéis da Azul subiam 3,63%, a R$ 4,57. Na máxima, as ações chegaram a R$ 4,95. Já o Ibovespa apresentava queda firme, de 1,32%, aos 121.0,34 pontos. No mesmo horário, o valor de mercado da empresa chegava a R$ 1,55 bilhão. A última vez que esse montante ultrapassou os R$ 1,5 bilhão tinha sido em 10 de dezembro de 2024, ao bater os R$ 1,51 bilhão.
Em entrevista ao Valor, Manuel Irarrázaval, principal executivo financeiro da Abra, afirmou que a nova empresa, que terá ações listadas no Brasil, será formada a partir da combinação dos negócios das duas companhias e terá cerca de 60% de participação do mercado doméstico. A operação, no entanto, dependerá da conclusão do processo de reestruturação da Gol, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos (“Chapter 11”), segundo Irarrázaval.
Os analistas Victor Mizusaki, Andre Ferreira e Leandro Neto, do Bradesco BBI, afirmaram, em relatório, que a fusão pode gerar um incremento de cerca de R$ 1,90 por ação da Azul, considerando operações semelhantes no setor.
Na visão dos especialistas do BBI, a fusão deve ser aprovada por órgãos regulatórios do Brasil com a imposição de algumas restrições e deve gerar sinergias de receitas e custos significativos. O banco tem recomendação de compra para os papéis da Azul, com preço-alvo em R$ 6. Já os papéis da Gol estão com recomendação de venda e preço-alvo em R$ 0,50.
Os analistas da XP, por sua vez, afirmaram que o acordo entre as duas aéreas é um passo positivo para a fusão, mas que o processo é longo até a sua conclusão. Pedro Bruno, Matheus Sant’anna e João Ramiro disseram que o avanço da fusão depende de uma evolução no processo de recuperação judicial da Gol e não descartam uma eventual demora na aprovação da operação pelos órgãos antitruste. A corretora tem recomendação neutra para os papéis da Azul, com preço-alvo de R$ 6,60.
*Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir