- Home
- Mercado financeiro
- Dólar
- Dólar pode bater R$ 7 em cenário de dominância fiscal, diz Morgan Stanley
Dólar pode bater R$ 7 em cenário de dominância fiscal, diz Morgan Stanley
Embora o dólar tenha acumulado forte apreciação frente ao real neste ano, ainda há espaço para uma desvalorização da moeda brasileira. Isso segundo avaliação do Morgan Stanley.
Em relatório sobre os ativos brasileiros, o banco americano aponta que, em um cenário de dominância fiscal, a moeda americana pode atingir os níveis de R$ 6,70 a R$ 7,00.
“Na ausência de medidas fiscais que aliviem as preocupações com a trajetória da dívida pública, mais prêmios de risco podem ser precificados tanto no câmbio quanto nos juros”, diz o banco.
Ao fazer a avaliação do cenário, a estrategista Ioana Zamfir diz que, historicamente, o desempenho do real tem alguma relação com o “carry” (carrego do diferencial de juros).
A exceção foi o período entre 2015 e 2016, quando preocupações fiscais provocaram uma forte depreciação cambial. Apesar dos aumentos contínuos das taxas.
Morgan Stanley comenta risco de piora fiscal
Algo semelhante, no entanto, começou a ser observado agora. Com a piora na percepção de risco fiscal.
“Até agora, o real não conseguiu responder aos contínuos aumento de juros”, diz Zamfir.
“Tomando o período de 2015 como ponto de referência para uma perspectiva ‘bear’ (de desvalorização) que poderia ser precificada num cenário de dominância fiscal, chegamos à leitura de que os preços podem sofrer mais ajustes [de queda]”, aponta o banco.
Naquele momento, lembra a estrategista, o real chegou a ficar 30% mais barato, na relação da moeda frente a uma cesta de divisas adotada pelo banco.
Agora, porém, o real ficou apenas 10% mais barato nessa relação. Ou seja, ainda existe espaço para “baratear”.
Caso a moeda brasileira deprecie ainda mais frente a essa cesta de divisas, indo aos níveis observados em 2015, “seria consistente o dólar atingir algo entre R$ 6,70 e R$ 7,00, sendo níveis que sugerem que os riscos de dominância fiscal estão largamente precificados”.
“No entanto, avaliamos que isso seria equivalente a uma queda acentuada na confiança dos investidores. E que um anúncio fiscal favorável poderia tornar-se mais suscetível de acontecer para impedir tal deterioração”, diz o banco.
Assim, no cenário base do banco, o dólar deve ficar em torno de R$ 6,30 no segundo semestre de 2025.
Além disso, o banco diz ver o nível de R$ 5,40 como piso para a moeda americana. Isso caso haja um cenário mais otimista, com progresso substancial no lado fiscal.
Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir