Mercado hoje: Ibovespa cai 1,77% por rumor com meta de inflação; dólar fecha em R$ 5,27

Commodities metálicas também contribuem para a sessão negativa na bolsa

A bolsa brasileira fechou firme queda de 1,77%, a 108.008 pontos, enquanto o dólar subiu 1,59%, a R$ 5,2783. O pessimismo ocorreu em meio aos rumores que correm nas mesas de operação de que o governo federal estuda antecipar o debate sobre as metas de inflação.

O real teve um dos piores desempenhos contra a moeda americana na sessão segundo o índice DXY. Em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam em quedas de 0,73%, 0,88% e 1,02%, respectivamente. Os números são pré-ajuste.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seria a favor da revisão, segundo fontes ouvidas pelo Valor Econômico. A atuação de Campos Neto à frente do BC tem sido questionada pelo presidente Lula, que fez vários discursos criticando os juros altos no país.

O Ibovespa é pressionado também pelo fraco desempenho das ações de commodities metálicas. Movimento reflete relatório do J.P. Morgan que cortou as recomendações Vale e Gerdau de compra para neutra.

Os analistas afirmam que a ação da Vale acumula alta de 40% e a da Gerdau, de 35%, desde suas mínimas, o que superaria os fundamentos do setor de minério e aço.

Caíram Gerdau (-6,74%), Usiminas (-1,84%), CSN (-1,04%) e Vale (-0,33%).

O petróleo Brent – utilizado como referência pela Petrobras para precificação – fechou em queda de 0,69%, a US$ 84,50 o barril, nos contratos para entrega em abril. É o primeiro recuo da commodity após o forte terremoto na Turquia e na Síria, que já tem mais de 20 mortos e milhares de desaparecidos.

As ações da Petrobras fecharam perto da estabilidade. O mercado considerou em linha os números da prévia operacional divulgada ontem. Segundo o UBS-BB, a preocupação não é com o lado operacional, é com as margens e os investimentos da estatal.

Mais cedo, os agentes financeiros repercutiam os dados do IPCA de janeiro, que ficou em 0,53% e veio ligeiramente abaixo das expectativas.

Tanto a avaliação do IPCA quanto o falatório contra o BC miram os rumos da taxa Selic no Brasil. Integrantes do governo, principalmente o presidente Lula, estão insatisfeitos com os juros em 13,75% ao ano.

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