Mercado hoje: Ibovespa reduz perdas e fecha em leve queda com petróleo e inflação no radar; dólar fica estável

Corte na produção da Opep causa, novamente, temor inflacionário no mercado financeiro

O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (3), com investidores repercutindo a disparada do preço do petróleo no mercado internacional e projeção de alta do boletim Focus para a inflação. O forte desempenho das petroleiras evitou um tombo maior no índice.

O Ibovespa encerrou o pregão com retração de 0,37% (pós ajuste), aos 101.502 pontos. Já o dólar fechou em alta de 0,03% ante o real, negociado a R$ 5,0708, em dia de fraqueza da moeda americana em todo o mundo.

A Opep+ confirmou hoje um corte de produção de 1,6 milhões de barris por dia nos países do grupo até o final de 2023. A medida pegou o mercado de surpresa e faz o preço do petróleo disparar.

Na bolsa de Londres, o petróleo tipo Brent fechou em alta de 6,31%, negociado a US$ 84,93 por barril.

Apesar de empurrar ações ligadas ao petróleo – PETR3 subia 4,61%, PETR4 4,18% e PRIO3 avançava 3,9% –, a notícia causa temor com a inflação, novamente. A leitura é de que com o preço da matéria-prima de combustíveis subindo, a inflação global deve ser pressionada.

Para contribuir com o medo da inflação, o novo boletim Focus, divulgado mais cedo pelo Banco Central, mostrou que o mercado financeiro aumentou a expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano. A projeção para o indicador passou agora de 5,93% para 5,96%.

Juros futuros

Os juros futuros passaram a cair nesta tarde, especialmente em vértices mais longos da curva, com participantes do mercado atribuindo o movimento às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista concedida hoje à GloboNews, e à perda de tração nos rendimentos dos títulos dos EUA após os dados de atividade industrial nos Estados Unidos.

Assim, perto das 15h30, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 oscilava aos 13,19%, mesmo patamar do ajuste de sexta-feira; a do DI para janeiro de 2025 passava de 12,01% para 11,97%; a do DI para janeiro de 2026 recuava de 11,92% para 11,87%; e a do DI para janeiro de 2027 caía de 12,075%, para 12,015%. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2033 cedia de 12,925% para 12,80%.