Queda do dólar: é hora de comprar para viajar?

Moeda americana engatou a quarta desvalorização seguida e chegou a ficar abaixo de R$ 5,90

O dólar fechou a sessão desta quinta-feira (23) em queda de 0,34%, cotado a R$ 5,92. Dessa forma, a moeda americana engatou o quarto pregão consecutivo de desvalorização frente ao real. A divisa bateu R$ 5,87 nas mínimas do dia.

Entre os fatores que puxam a queda do dólar na semana está a ausência de medidas tarifárias prometidas por Donald Trump ao assumir a presidência dos Estados Unidos. O tom mais brando de Trump, por enquanto, favorece o apetite por risco e ajuste global de posições.

Nesta quinta, durante discuro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente americano sinalizou que pretende pressionar o Federal Reserve por corte da taxa de juros.

A declaração vem na semana que antecede uma nova decisão de política monetária do banco central americano. Por lá, paira a dúvida se o Fed vai cortar os juros mais uma vez em 0,25 ponto percentual ou se vai manter a taxa na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Já na cena doméstica, os agentes financeiros acompanham com preocupação os rumores de que o governo Lula avalia medidas para interferir nos preços dos alimentos. Está no foco sobretudo o impacto fiscal de eventuais iniciativas.

Hora de comprar dólar?

A sequência de baixas do dólar aumenta as buscas na internet sobre se é hora de comprar a moeda americana. Sobretudo por parte de pessoas com viagens marcadas para o exterior.

Paula Zogbi, gerente de research e head de conteúdo da Nomad, avalia que a tendência ainda é de dólar forte.

A especialista cita a pressão inflacionária nos Estados Unidos e a dívida pública americana. Que, entre outros fatores, podem levar a uma postergação do ciclo de cortes dos juros americanos.

A pausa na flexibilização das taxas diminui a atratividade de outros mercados e consequentemente fortalece a divisa estadunidense.

O maior protecionismo do novo governo Trump, conforme Paula Zogbi, também pode desestimular a saída de dólares dos Estados Unidos, o que tende a ter o mesmo efeito.

“Continuamos acreditando que a melhor estratégia para comprar e investir em dólares é de forma recorrente, formando um preço médio, sem esperar por movimentos específicos de curto prazo”, afirma.

Investir fora do Brasil

Já Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, considera que o momento é uma janela para fortalecer a carteira global. Bem como para quem deseja dar o primeiro passo nos investimentos fora do Brasil.

“Esse movimento abre oportunidades estratégicas para investidores que desejam internacionalizar parte do patrimônio”, destaca a especialista.

“Com juros ainda elevados nos Estados Unidos, é possível encontrar títulos de renda fixa com retornos atraentes e segurança”, completa.

Leia a seguir

Leia a seguir