Disney tem lucro de US$ 1,28 bi e planeja cortar 7 mil empregos e US$ 5,5 bi em custos

Gigante do entretenimento planeja cortar mais de sete mil empregos e US$ 5,5 bilhões em custos como parte de uma reorganização corporativa na companhia

A Walt Disney Company registrou lucro líquido de US$ 1,28 bilhão no primeiro trimestre fiscal de 2023, ante os US$ 1,15 bilhão registrados no mesmo período do ano anterior. O lucro por ação passou de US$ 0,63 para US$ 0,70.

As receitas da companhia somaram US$ 23,51 bilhões entre outubro e dezembro de 2022, alta de 7,7% sobre o mesmo período de 2021.

A expectativa do mercado, de acordo com a agência Factset, era que o lucro da Disney recuasse para US$ 0,78 por ação, com a receita em US$ 24,45 bilhões.

O número de assinantes do serviço de streaming de Disney+ chegou a 161,8 milhões, uma queda de 17,6% sobre o número registrado um ano antes. Essa perda líquida veio abaixo das estimativas dos analistas ouvidos pela agência FactSet, que apontavam para um total de 162,7 milhões de usuários.

Em relação aos parques e resorts da Disney, a receita somou US$ 8,7 bilhões no primeiro trimestre fiscal de 2023, um avanço de 20,8% sobre o mesmo período de 2022.

“Acreditamos que o trabalho que estamos fazendo para reformular nossa empresa em torno da criatividade, ao mesmo tempo em que reduzimos as despesas, levará a um crescimento sustentável e à lucratividade de nossos negócios de streaming, assim como nos posicionará melhor para enfrentar disrupções futuras e desafios econômicos globais e agregar valor aos nossos acionistas”, disse Robert Iger, diretor-presidente da The Walt Disney Company em comunicado divulgado ao mercado.

Cortes de empregos e custos

A Disney planeja cortar 7 mil empregos e eliminar US$ 5,5 bilhões em custos como parte de uma grande reorganização corporativa liderada pelo recém-reintegrado diretor-presidente, Robert Iger.

“Estamos embarcando em uma transformação significativa”, disse Iger no comunicado de divulgação do balanço da empresa no primeiro trimestre fiscal. Ele disse que as mudanças iriam, entre outras coisas, remodelar a empresa em torno da criatividade, reduzir despesas e gerar lucros em seus negócios de streaming.

Iger e a empresa enfrentam pressão do investidor ativista Nelson Peltz. No mês passado, o fundo Trian Fund Management lançou uma campanha para convencer os acionistas a adicionar Peltz no conselho de administração da Disney. Além disso, a Disney está enfrentando questões sobre a saúde de seu negócio de streaming, o que fazer com o Hulu e a ESPN e como navegar em um clima econômico desafiador com seu balanço cheio de dívidas.

Entre outubro e dezembro de 2022, o primeiro trimestre fiscal da Disney, o principal serviço de streaming da empresa, o Disney +, perdeu assinantes. Em 31 de dezembro, o Disney+ tinha 162 milhões de usuários globais, uma queda de mais de 17,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e abaixo da estimativa média dos analistas no FactSet de 162,7 milhões.

No período, o negócio direto ao consumidor da Disney, que inclui todas as suas plataformas de streaming, perdeu US$ 1,05 bilhão, menos do que a estimativa média dos analistas no FactSet de US$ 1,22 bilhão.

O declínio da Disney+ aconteceu devido à redução de assinantes na Índia e em outros países do Sudeste Asiático, onde a companhia perdeu os direitos de transmissão da Premier League indiana de críquete. Essas quedas anularam os pequenos ganhos nos principais mercados do Disney+.

Desde 2019, quando o Disney+ foi lançado, o segmento perdeu mais de US$ 9 bilhões, já que a empresa gasta muito com conteúdo para atrair assinantes. Iger está sob pressão para atingir a meta de lucratividade da empresa para seus negócios de streaming no ano fiscal de 2024.

Em agosto passado, a companhia reduziu a sua meta para o número mundial de assinantes Disney+ até o final do ano fiscal de 2024 para uma faixa de 215 milhões a 245 milhões de assinantes. A previsão anterior era de uma faixa de 230 milhões a 260 milhões.