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Confiança de CFOs sobe no 3º trimestre, mas é esperada deterioração à frente
O nível de otimismo dos executivos de finanças com o futuro da economia subiu durante o terceiro trimestre, em plena campanha eleitoral, mostra pesquisa trimestral realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) e pela Saint Paul Escola de Negócios e antecipada ao Valor. Olhando à frente, é esperada uma deterioração das expectativas, ao menos até que haja maior clareza sobre o futuro da política econômica.
No terceiro trimestre, o índice de confiança do CFO (iCFO) atingiu 138,9 pontos, patamar mais alto desde o segundo trimestre de 2021, quando estava em 144,1 pontos. Foi também o segundo maior valor da série histórica. O desempenho foi puxado pela perspectiva dos executivos em relação à macroeconomia.
José Cláudio Securato, presidente do conselho administrativo do Ibef-SP e CEO da Saint Paul & LIT, destaca que a pesquisa foi feita antes das eleições e mostra que executivos estavam confiantes na economia do país independentemente de quem fosse o vencedor da disputa presidencial.
“Em um momento pré-eleitoral, todos trabalhavam com diferentes cenários, de vitória do Lula e do Bolsonaro, e também com diferentes cenários de como seria um eventual governo Lula. Então, considero a alta no índice de confiança nesse período muito relevante”, afirma.
Securato diz que, no quarto trimestre, o cenário está mais instável, diante das indefinições em relação à formação da equipe e da política econômica, e, por isso, é possível que haja uma piora no índice. “Acho que a expectativa macro vai deteriorar, principalmente enquanto as discussões sobre o aspecto fiscal não ficarem claras.”
O iCFO tem como objetivo captar a confiança dos CFOs quanto ao desempenho do país e dos negócios nos próximos 12 meses. A escala vai de 20 a 180 pontos, sendo 100 o nível que representa a neutralidade das expectativas.
No terceiro trimestre, o iCFOm, que mede a confiança em relação à macroeconomia, chegou a 138,2 pontos, alta de 8,0 pontos em relação ao trimestre anterior. O índice é composto ainda por outros dois componentes: o iCFOs, que se refere ao setor, subiu 3,6 pontos, para 142,7; e o iCFOe, referente à empresa, caiu 1,8 ponto, para 135,8.
Para Securato, os dados indicam que, na avaliação dos principais CFOs do Brasil, é possível lidar com diferentes cenários macroeconômicos e seguir com uma agenda de investimento e crescimento das suas empresas e setores.
As principais preocupações indicadas pelos CFOs no terceiro trimestre foram demanda do mercado interno; competitividade e atuação da concorrência; inflação; atração, retenção e motivação de talentos; e juros.
Em relação ao destino dos investimentos nos próximos 12 meses, a primeira colocação foi ocupada pela área de TI, lembrada por 22,6% dos respondentes. Na sequência, vêm ampliação da capacidade instalada (citada por 18,4%) e novas linhas ou unidades de negócios (mencionadas por 14,4% dos entrevistados).
Apesar do maior otimismo, apenas 42% dos executivos disseram que pretendem aumentar o quadro de funcionários e terceirizados, uma queda de 11 pontos percentuais em relação ao registrado no terceiro trimestre de 2021. Em contrapartida, a expectativa de manutenção do quadro aumentou 15 pontos percentuais no período, para 48%.
Por Mariana Ribeiro
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