Braskem (BRKM5) dispara com interesse de dona da JBS; banco recomenda compra

Citi elevou recomendação para ações da companhia

As ações da Braskem (BRKM5) subiam na faixa de 7% nesta sexta-feira, perto de R$ 32,50, após o Valor noticiar que a J&F, holding de investimentos da família Batista, dona da JBS, está avaliando fazer uma nova proposta para a compra de 100% da companhia.

Mesmo antes dos rumores, o Citi elevou a recomendação de Braskem de neutro para compra e cortou o preço-alvo de R$ 53 para R$ 42, potencial de alta de 38% sobre o fechamento de ontem. O banco destaca que a empresa não possui gatilhos de curto prazo, mas sanou seus principais pontos de risco e tem ações sendo negociadas a múltiplos menores que pares.

Os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona e Joaquim Alves Atie reduziram suas estimativas para a companhia em 2022 e 2023, vendo menores spreads em produtos petroquímicos no curto e médio prazo, afetando os números de receitas, Ebitda e lucro líquido. Também atualizaram premissas macroeconômicas, vendo aumento de dívida.

“Para os próximos trimestres, esperamos volumes de vendas estáveis no Brasil, Estados Unidos e Europa por conta de normalização de produção no exterior e retomadaa de operações após paradas de manutenção”, comentam. No México, as vendas de polietileno devem subir, estima o banco, com maior oferta do produto e vendas para o mercado americano.

A Braskem ainda enfrenta alguns pontos de atenção, destacam, como possível rescaldo do desastre ambiental em Alagoas, a redução de impostos de importação de insumos industriais, reduzindo a competitividade dos seus produtos, e os rumores constantes das vendas das participações da Petrobras e Novonor na companhia.

Em termos de múltiplos, o Citi calcula que a Braskem esteja sendo negociada a 3,7 vezes o preço-lucro, ante uma média de 5,4 vezes de pares internacionais, como Dow e LyondelBasel, e de 4,3 vezes se comparado com Alpek e Orbia, que também atuam na América Latina.