Brasileiros podem se candidatar a novo visto do Reino Unido que permite trabalhar e morar no país
O Reino Unido lançou um novo visto que permitirá aos graduados nas melhores universidades do mundo, incluindo brasileiros, solicitarem um visto de dois a três anos para morar e trabalhar no país. Chamado de “high potential individual”, o visto dispensa a necessidade de uma oferta de trabalho de uma empresa britânica, garante flexibilidade para os profissionais trocarem de emprego, e permite aos aprovados levarem um parceiro e filhos menores de 18 anos.
Podem se candidatar profissionais que se formaram nos últimos cinco anos em uma das 50 universidades internacionais elegíveis pelo governo britânico em 2021. Metade da lista é composta por instituições de elite dos Estados Unidos, como Harvard, Columbia, Stanford e Yale, e não há nenhuma universidade brasileira. Apesar disso, os brasileiros têm boas chances de obter o novo visto, já que ele independe da origem do aplicante, tendo como essencial a formação em uma das universidades listadas, analisa Diana Quintas, CEO da consultoria de imigração Fragomen no Brasil.
“Apesar de não contar com universidades brasileiras, o número de brasileiros em cursos superiores de universidades no exterior é crescente. Mais da metade das instituições da lista são americanas, um dos principais destinos dos brasileiros para cursos superiores”, diz Quintas. De acordo com o relatório “Open Doors 2021”, existem cerca de 14 mil brasileiros estudando atualmente em universidades dos EUA e Canadá.
Os vistos do “high potential individual” têm duração de dois anos para os estrangeiros que possuírem bacharelado ou mestrado em uma das universidades da lista e de três anos para os que tiverem qualificação equivalente a um doutorado. Com ele, o Reino Unido quer atrair profissionais estrangeiros qualificativos, em uma das medidas que integram o plano de crescimento pós-Brexit.
Outro lado
A criação desse visto suscitou também críticas. Além de não abrir portas para formados em instituições brasileiras ou da América Latina, também exclui formados em países da África ou do sudeste asiático. Em entrevista à BBC, Christopher Trisos, diretor e pesquisador sênior da Universidade da Cidade do Cabo, disse que esse visto é “profundamente desigual” e que não “reconhece as habilidades e conhecimentos aprofundados de muitos graduados de universidades em países em desenvolvimento”.
Já Aliya Ram, Ph.D pela Universidade de Princeton e ex-correspondente de tecnologia do “Financial Times”, escreveu em artigo para a The Wire que o novo visto “basicamente acelera os pedidos de graduados da Ivy League, composta por escolas que custam uma pequena fortuna para estudar, que desejam trabalhar no Reino Unido”.
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