Banco do Brasil (BBAS3) fará emissão de bônus no exterior com meta de sustentabilidade
Empresas citadas na reportagem:
O Banco do Brasil (BBAS3) fará uma emissão de bônus no exterior, com metas de sustentabilidade, segundo apurou o Valor. Os papéis terão prazo de 7 anos e taxa inicial estimada entre 6,875% e 7%. A emissão é definida como “benchmark”, o que geralmente significa que deve ficar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.
A oferta recebeu rating Ba2 da Moody’s e BB- da Fitch e é liderada por UBS, BNP Paribas, BofA e Bradesco BBI. Os mercados de emissão externa são mais ativos no início do ano, mas estavam fechados até a semana passada, quando o governo brasileiro realizou uma emissão soberana e abriu caminho para as empresas, com as estatais tradicionalmente puxando a fila.
Segundo prospecto da emissão, o BB pretende usar os recursos para o financiamento e/ou refinanciamento de projetos ambientais e sociais existentes ou futuros que atendam aos critérios de elegibilidade estabelecidos.
Embora quase todos os projetos ambientais e sociais de sustentabilidade sejam elegíveis para uso dos recursos, o banco pretende inicialmente se concentrar em projetos que envolvam financiamento de energia renovável; e financiamento de micro, pequenas e médias empresas, especialmente para o empoderamento e avanço socioeconômico de empresas lideradas por mulheres.
Títulos perpétuos
O BB deve atrair para a nova emissão de bônus investidores que detêm títulos perpétuos da instituição financeira.
Detentores dos papéis subordinados emitidos em 2012 pelo BB com taxa de 9,25% têm a opção de fazer o resgate antecipado desses bônus no dia 15, e parte deles já pediu para alocar recursos na nova operação, segundo fonte que atua no mercado de dívida.
Os bônus de 2012 foram a primeira emissão perpétua realizada pelo BB, e também a mais cara. Na ocasião, o banco captou US$ 1 bilhão a 9,25%. Em março, numa reabertura do bond, levantou mais US$ 750 milhões.
Mais de dois anos depois, em junho de 2014, o BB voltou ao mercado com uma nova emissão perpétua, na qual levantou US$ 2,5 bilhões a 9% — uma condição muito melhor, dado o volume maior da operação.
Por Talita Moreira e Álvaro Campos
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