Klabin tem lucro líquido de R$ 4,69 bi em 2022, alta de 55,3%
Empresas citadas na reportagem:
A Klabin (KLBN4), maior produtora e exportadora brasileira de papéis de embalagens e líder em caixas de papelão ondulado, encerrou 2022 com lucro líquido atribuído aos sócios da controladora de R$ 4,69 bilhões, uma alta de 55,3% frente ao apurado no exercício anterior, beneficiada pela forte melhora do desempenho operacional.
No ano passado, preços da celulose, do papel kraftliner e de embalagens de papelão e volumes mais fortes sustentaram a melhora do resultado operacional da companhia, a despeito da maior pressão dos custos com insumos e da inflação no período.
A receita líquida da companhia alcançou R$ 20 bilhões, crescimento de 21,2% na comparação com 2021, enquanto o custo dos produtos vendidos (CPV) avançou 21,6%.
A melhora do resultado financeiro, que havia ficado negativo em R$ 1 bilhão no ano anterior, também contribuiu para o crescimento do lucro líquido. Em 2022, a companhia registrou despesa financeira líquida de apenas R$ 91,4 milhões.
Quarto trimestre
Reajustes de preço em todas as linhas de negócio permitiram à Klabin elevar os resultados operacionais no quarto trimestre, na comparação com igual período do ano passado, compensando o menor volume de vendas, a valorização do real frente ao dólar, que reduziu as receitas com exportação, e a maior pressão de custos no período.
O lucro líquido atribuído aos sócios da controladora, porém, recuou 10% nessa base de comparação, a R$ 805,4 milhões, refletindo sobretudo a variação negativa do valor justo dos ativos biológicos.
No trimestre, a companhia registrou receita líquida de R$ 5,08 bilhões, com expansão de 10% na comparação anual. O mercado interno representou 62% dessa conta, contra 58% um ano antes. Frente ao terceiro trimestre, contudo, a receita recuou 9%.
O volume total de vendas no intervalo alcançou 928 mil toneladas, queda de 5%.
Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 1,91 bilhão, alta de 1% frente ao quarto trimestre de 2021, com margem de 37% (queda de 4 pontos percentuais).
Em dezembro, a alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda em 12 meses da Klabin, que segue investindo em diferentes projetos de expansão, com destaque para o Puma II, estava em 2,6 vezes em dólar, estável em três meses.
No intervalo, os investimentos totalizaram R$ 1,58 bilhão, alta de 37% na comparação anual.
Produção
A Klabin produziu 1 milhão de toneladas de celulose, papéis e embalagens no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 4% na comparação anual e frente ao terceiro trimestre, na esteira de paradas para manutenção na unidade Puma I, em Ortigueira (PR) e em Otacílio Costa (SC), além de paradas “estratégicas e mercadológicas” em unidades de papéis reciclados.
No trimestre, a produção de celulose de fibra curta, fibra longa e fluff — a Klabin é a única que produz os três tipos da fibra no país — recuou 5% na comparação anual e 6% frente ao terceiro trimestre, para 394 mil toneladas.
Em papéis, o volume de produção trimestral ficou em 615 mil toneladas, queda de 3% em ambas bases de comparação, com destaque para as reduções em kraftliner, cuja demanda externa mostrou desaceleração, e em papéis reciclados.
A produção de cartões revestidos no período ficou estável frente ao quarto trimestre de 2021 e subiu 2% frente ao terceiro trimestre, para 193 mil toneladas.
Custo caixa de produção
O custo caixa de produção de celulose da Klabin manteve-se em elevação no quarto trimestre, na comparação anual, conforme já havia sido sinalizado pela companhia, mas recuou frente ao terceiro trimestre, beneficiado pelo melhor mix de madeira própria e de terceiros.
No intervalo, o custo caixa somou R$ 1.338 por tonelada, alta de 25% em relação ao quarto trimestre de 2021, puxado pelo maior consumo de
madeira de terceiros no projeto Puma II e elevação dos preços de combustíveis e insumos químicos, em particular da soda cáustica, além da inflação do período e menor receita com a venda de energia.
No ano, o custo caixa de produção de celulose da companhia ficou em R$ 1.330 por tonelada, um salto de 49% ante o registrado em 2021.
Por Stella Fontes, do Valor Econômico