Americanas (AMER3) quase quintuplicou operações de risco sacado desde 2015
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O volume de operações de risco sacado totaliza R$ 3,44 bilhões em dezembro de 2015. Sete anos depois, em dezembro de 2022, esse montante chegava a R$ 15,9 bilhões
As operações de risco sacado que estão na raiz das inconsistências contábeis da Americanas tiveram início no exercício de 2015 e mais que quadruplicaram de valor nos anos seguintes, segundo aponta relatório entregue pelos administradores judiciais da varejista à Justiça. Risco sacado é uma operação de antecipação de valores que os fornecedores, usualmente de empresas de grande porte, têm a receber.
De acordo com informações compiladas no documento, o volume de operações de risco sacado totaliza R$ 3,44 bilhões em dezembro de 2015. Sete anos depois, em dezembro de 2022, esse montante chegava a R$ 15,9 bilhões. O relatório à Justiça contabiliza R$ 16,14 bilhões em dívidas referentes a operações de risco sacado que foram incluídas no processo de recuperação judicial da Americanas.
Os administradores judiciais da Americanas pretendem divulgar informações financeiras e operacionais do grupo varejista com periodicidade semanal e mensal, segundo informações que também constam do relatório apresentado à Justiça na segunda-feira. Entre as informações que serão disponibilizadas semanalmente estão as demissões de funcionários, o fechamento de lojas e a rescisão ou celebração de contra tos que gerem impactos relevantes.
Além disso, estarão disponíveis mensalmente, por meio do site www.psvar.com.br, o fluxo de caixa diário realizado dos últimos 30 dias, a receita bruta nas lojas físicas e nos canais digitais para os últimos 12 meses, entre muitos outros dados.
Resultados anuais
Apesar da expectativa do mercado em relação a publicação, pela Americanas, dos resultados anuais e do quarto trimestre, a empresa já disse ao administrador judicial que muito provavelmente não irá apresentar os dados finais auditados.
A previsão é de publicação no dia 29, após remarcar a data antes prevista para o dia 16 de fevereiro.
Questionada sobre a publicação, a companhia afirmou ao administrador da sua recuperação judicial, o escritório de advocacia Zveiter, em relatório divulgado na noite de ontem, que deve apresentar uma prévia não auditada das demonstrações financeiras apenas.
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