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Americanas pede recuperação judicial em caráter de urgência
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O pedido foi feito em caráter de urgência.
Mergulhada em uma crise iniciada há uma semana, desde a divulgação de inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões no balando de 2022 e anos anteriores, o que levou o endividamento da empresa a superar R$ 40 bilhões, a Americanas vinha tentando negociar um acordo com os credores que pudesse evitar o pedido de proteção à Justiça.
No último dia 13, a companhia obteve na Justiça uma medida cautelar protegendo a varejista contra a cobrança de dívidas antecipadas por seus credores por um período de 30 dias.
A medida, contudo, retroagiu ao dia 11, quando o problema financeiro foi anunciado. E isso disparou uma grande disputa entre a Americanas e seus credores financeiros pelo caixa da empresa. BTG Pactual, Banco Votorantim, Bank of America, Goldman Sachs entraram na Justiça contra a decisão, seguidos de Bradesco e Itaú nesta quinta-feira.
Tombo no caixa
Ao fazer o pedido a Justiça, a empresa afirmou contar com R$ 8 bilhões em caixa, frisando que se os credores pudessem executar dívidas antecipadamente, isso inviabilizaria a continuidade das operações, empurrando a companhia para um pedido de recuperação judicial.
Até aqui, o que se viu foi uma queda de braço entre a companhia e os bancos credores. Com pressões vindas das duas partes. Decisão em favor do BTG Pactual, derrubou a exigência de que dívidas liquidadas entre os dias 11 e 13 tivessem de ser devolvidas a Americanas.
Com isso, somente em valores referentes a cobrança feita pelo BTG, R$ 1,2 bilhão deixaram de ser restituídos ao caixa da Americanas.
Os bancos seguiram pressionando por um aporte feito pelo trio de acionistas de referência da companhia – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, do 3G Capital. O valor desse aporte variava entre R$ 6 bilhões e R$ 21 bilhões, segundo fontes de mercado.
Impacto na operação
Já havia efeito também na operação da empresa. Parte dos fornecedores da empresa decidiu suspender a entrega de mercadorias a Americanas ou apenas fazer remessas de produtos diante de pagamento à vista.
Esta semana, fornecedores relatam que pagamentos foram suspensos ou estão em atraso.
A Americanas tem uma rede com 3.600 lojas no país, contando ainda com um marketplace com perto de 150 mil vendedores cadastrados. Ao todo, mantém mais de cem mil empregos entre diretos e indiretos.
Por Glauce Cavalcanti e Bruno Rosa
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