Petrobras (PETR3; PETR4) corta preço da gasolina em R$ 0,14 nas refinarias; ações caem 5% na bolsa

Decisão da estatal ocorre com a retomada da cobrança de impostos federais com potencial de encarecer combustível em R$ 0,33 por litro

A Petrobras (PETR3; PETR4) informou nesta sexta-feira (30) uma redução de 5,3% no preço da gasolina a partir deste sábado (1) para as distribuidoras. O novo valor, de R$ 2,52, representa um corte de R$ 0,14 por litro do combustível vendido nas refinarias da estatal.

“A redução do preço da Petrobras tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional”, diz a Petrobras em comunicado.

“Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”, acrescenta a petroleira no texto.

O reajuste ocorre diante da retomada da cobrança de 100% dos impostos federais (PIS/Cofins e Cide) que incidem sobre a gasolina. A Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes) estimava um aumento de até R$ 0,33 por litro no repasse para as distribuidoras.

Queda das ações

As ações da Petrobras aceleraram as perdas no pregão da B3 após o anúncio. Os papéis preferenciais recuaram 4,83% (R$ 29,53), enquanto os ordinários baixaram 5,13% (R$ 33,10).

A sessão na bolsa brasileira já marcava uma correção no preço das ações da empresa, negociadas atualmente em suas máximas históricas.

Os papéis encerram junho com valorização acumulada de 20,02% e 19,57%, respectivamente. Já os ganhos no primeiro semestre de 2023 ficaram em 43,52% e 38,09%.

Repercussão no mercado

Para a Ativa Investimentos, a redução da gasolina veio como uma ação direta para impedir uma maior volatilidade nos preços finais nas bombas dos postos.

“Em que pese a situação financeira da companhia ser robusta e aguentar novo desaforo, acreditamos que a sinalização do movimento seja negativa para a companhia e seus acionistas”, escreve Étore Sanchez, economista-chefe da casa.

“Novamente, a companhia parece optar por uma decisão mais compensatória que técnica, o que machuca seus ativos nesta sessão”, acrescenta.

De acordo as estimativas do Itaú BBA para a faixa de preço considerada na nova estratégia comercial, o preço de paridade de exportação da gasolina (usado como proxy para o valor marginal da Petrobras) foi exatamente R$ 2,52 por litro por vários dias na última semana.

“Isso reforça nosso entendimento de que a companhia pode estar explorando o limite inferior da atual faixa de preço da gasolina desde o primeiro dia da nova estratégia comercial, conforme nossas estimativas”, aponta o banco em relatório.

“Observamos que a Petrobras provavelmente analisa as tendências de preços recentes, e não apenas os dados mais recentes, ao avaliar o tamanho de um ajuste de preço. Isso corrobora a afirmação da empresa de que evita repassar a volatilidade dos preços internacionais e das taxas de câmbio para os consumidores”, completa o Itaú BBA.

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