O que está acontecendo com Automob (AMOB3)? Veja o que ação precisa para decolar

Depois de subir 168%, ação da Automob (AMOB3) freia

Pouco menos de um mês após ser listada na bolsa de valores, a Automob (AMOB3) viu seu papel estacionar na casa dos centavos. A ação da empresa que abriu as portas para o mercado financeiro após sua holding, a Simpar (SIMH3), dividir a Vamos (VAMO3) entre Vamos Concessionária e Vamos Locação, parou na faixa de R$ 0,35. Afinal, o que acontece com as ações da Automob (AMOB3)?

As ações da concessionária não têm gatilho claro para novas altas. Pelo menos esta é a avaliação de especialistas, que aguardam o primeiro resultado da companhia desde sua listagem como possível faísca para uma valorização.

Afinal, o que está acontecendo com Automob (AMOB3)?

As ações da Automob, depois de dispararem 168% em sua estreia na bolsa de valores, estabilizaram em R$ 0,35 após altas e baixas no percurso.

Essa estabilidade levou casas de análise como Suno e Nord Research a dispararem recomendações de fuga das ações da Automob (AMOB3).

No acordo de reestruturação da Simpar que uniu a Vamos Concessionária com a Automob, cada acionista da Vamos recebeu a proporção de 1,15 de ações da Automob. Ou seja, 100 papéis da Vamos (VAMO3) resultaram em 115 papéis de Automob (AMOB3).

A Suno, inclusive, optou por alertar investidores a venderem as ações da Automob para comprarem mais da Vamos (VAMO3).

“Hoje entendemos que Vamos seria uma melhor alocação de capital”, explica João Daronco, analista da Suno, que confirma: a recomendação segue ativa. Daronco diz que o braço de locação da Vamos continua com vantagens mais competitivas que a rede de concessionárias.

“Isso porque a Vamos tem 80% de participação do mercado de locação. Ela pode oferecer descontos maiores porque tem poder de barganha. Para a Automob o mercado é mais difícil”, comenta.

Qual o valor de mercado da Automob?

O que acontece é que os analistas veem um modelo de negócio com margens menores. Ou seja, menos impacto da receita na operação. Outro obstáculo para nova sequência de alta da Automob (AMOB3) por enquanto é a alavancagem, de acordo com Heloísa Cruz, gestora de ações da Stoxos. Ela explica que, a partir da listagem, Vamos e Automob caminham “separadamente”.

“A empresa não deveria ser tão alavancada. Mas a Automob pode devolver à Simpar um dos maiores retornos sobre capital investido (ROIC) do grupo.”

Para 2025, a Automob projeta um Ebitda de R$ 672 milhões em 2025. No terceiro trimestre, o lucro operacional foi de R$ 122 milhões.

Segundo cálculos da gestora, a soma de R$ 1 bilhão em dívidas da Automob mais o Ebitda estimado a posiciona agora sobre um múltiplo de valor que equivaleria a pouco mais de 2 vezes EV/Ebitda.

“E pode chegar a valer 7 vezes”, completa Heloísa.

A Suno hoje estima que o valor de mercado da Automob, considerando 1,86 bilhão de ações em circulação, é de R$ 660 milhões. A estimativa considera o preço do papel a R$ 0,35.

O que levaria a ação valer mais que centavos?

Em relatório, a XP Investimentos não vê chances de capitalização de mercado pela Automob tão cedo. Os analistas liderados por Pedro Bruno, co-head de research da XP, apontam que o mercado precificou as ações em linha com os fundamentos do negócio de concessionárias da Vamos.

No mesmo dia em que a Automob subiu 168% na bolsa, a Vamos (VAMO3) recuou. “Acreditamos que o valor do negócio de compra de veículos pesados da Vamos foi plenamente transferido” diz a XP. “Isso limita o potencial de capitalização da Automob.”

Um dos principais gatilhos para a Automob (AMOB3) no curto prazo, assim, é a divulgação de resultados do quarto trimestre, antecipa João Daronco.

“Principalmente se forem comprovadas sinergias entre a Vamos Concessionária e a Automob. Pode ser um novo fator para alta”, diz.

Para deixar de ser uma ação de centavos, a Automob também precisa de uma forcinha da Simpar, argumenta Heloísa.

“É necessário um trabalho de educação de investidores com os acionistas da Simpar. Temos que aguardar o dia de investidores, e, enquanto isso, a Automob precisa organizar melhor sua divulgação de números”, conclui.

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