Itaú (ITUB4): como o mercado avalia o balanço do 3º trimestre

Lucro do banco teve alta de 19,2% no período, a R$ 8,1 bilhões

O Itaú Unibanco (ITUB4) teve um terceiro trimestre “muito bom”, na avaliação do BTG Pactual. “O lucro líquido recorrente atingiu fortes R$ 8,1 bilhões (21% ROE). O número superou nossas estimativas, com o lucro líquido 1% acima de nossas projeções. Os NPLs (indicador de inadimplência) subiram, mas em linha com as expectativas e já dando sinais de estabilização, o que acreditamos ser bem recebido pelo mercado”, destacou em relatório o banco de investimentos.

Após resultados decepcionantes dos pares privados, Bradesco e Santander, principalmente, o BTG anotou que os investidores estavam preocupados com a possibilidade de números fracos no Itaú. “Portanto, neste caso, é justo dizer que os números em linha devem realmente ser vistos como mais fortes do que o consenso. Como temos sinalizado ultimamente, o banco de varejo premium do Brasil está de volta.”

O Morgan Stanley considera que o Itaú teve mais pontos positivos que negativos, beneficiando-se de uma sensibilidade positiva ao aumentos dos juros e também com uma gestão positiva do crédito. O controle de custos também ajuda a reforçar os números.

Na visão do BTG, a maior exposição do Itaú aos segmentos de varejo de alta renda/grandes empresas lhe confere maior proteção no ambiente atual, onde as empresas de baixa renda e microempresas estão se deteriorando. “Mas não é só isso. O Itaú parece estar superando seus pares privados praticamente em todos os lugares que você olha. Vem gerenciando melhor sua carteira de crédito, crescendo taxas e seguros em ritmo mais acelerado (plataformas abertas, novas equipes/modelo de parceria), e mostrando que o capitão, o CEO Milton Maluhy, tem total controle do navio.”

Excelência

O Credit Suisse também avaliou bem os números do terceiro trimestre do Itaú, destacando que o banco teve uma forte consistência em todas as linhas de negócio. “Os resultados do Itaú são uma aula de excelência operacional e de execução, e devem separar ainda mais o banco do restante das instituções do setor privado.”

Na perspectiva do Credit Suisse, as ações do Itaú podem prevalecer em relação aos rivas do setor privado. “É importante ressaltar que o retorno do negócio do Itaú se manteve estável, indicando que o banco pode continuar crescendo de forma rentável.”

O banco suíço tem recomendação de compra para ITUB4, com preço-alvo de R$ 36 – potencial de alta na faixa de 30% frente o fechamento de quinta-feira (10).

Gestão diferenciada

O Itaú se ‘descolou’ de seus pares privados no terceiro trimestre, na visão da equipe de research da Ativa Investimentos. “O Itaú apresentou um bom resultado, em linha com nossas estimativas. Com a divulgação de resultados ruins de seus pares privados, havia preocupações do mercado quanto a uma possível surpresa negativa do banco. Porém, não foi o que ocorreu, onde a empresa inclusive manteve seu guidance inalterado para o fim do ano”, escreveram em relatório os analistas da casa.

“A inadimplência, índice que vinha sendo o terror desse trimestre para o setor, subiu apenas 0,12 ponto percentual entre os trimestres, chegando a 2,82%. O custo de crédito veio levemente acima das nossas projeções, mas contou com um conservadorismo da companhia em manter seu índice de cobertura praticamente inalterado, na casa de 215%. Por fim, como vínhamos falando, o Itaú mostrou o diferencial na gestão e na qualidade da sua carteira frente ao cenário adverso para todo o setor bancário, conseguindo aumentar o ROE para 21,0%”, acrescentam.

A Ativa tem recomendação de compra para ITUB4, com preço-alvo de R$ 32,70 – potencial de alta perto de 20%.

‘O melhor’

Para Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos, o resultado do Itaú no terceiro trimestre foi positivo e mostrou a resiliência do banco mesmo com um cenário macroeconômico mais complexo.

“Enquanto seus concorrentes entregaram aumentos na inadimplência e/ou nas provisões, o banco entregou melhores índices em relação aos períodos passados”, escreveu em relatório.

“Acreditamos que pelo saldo estável de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos), qualidade de crédito ainda elevada e carteira de crédito em crescimento, o Itaú continuará entregando números acima da média do sistema financeiro nacional”, destacou o especialista.

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