Ibovespa acompanha bom humor externo, mas commodities são ponto de atenção
Em uma semana que promete ser movimentada, com novos desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia e decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, a dinâmica de preços das commodities também terá papel importante na formação de um viés para o Ibovespa, que deve seguir operando com forte volatilidade.
Às 10h20, o principal índice acionário brasileiro avançava 0,1%, aos 111.825 pontos.
Analistas afirmam que o avanço da variante ômicron do novo coronavírus na China pode ter um impacto de curto prazo no mercado. “A ‘explosão’ da ômicron na China e o lockdown de Shenzhen, uma cidade com 17 milhões de habitantes, parece, neste momento, estar sendo subestimada pelo mercado. Caso o país decida por lockdowns e medidas agressivas de distanciamento, isso será mais um choque fundamental na cadeia produtiva global”, escreve Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos.
O contrato futuro do petróleo tipo Brent cedia 3,52%, para US$ 108,61, refletindo esperanças de progresso nas negociações entre Rússia e Ucrânia diminuem o ímpeto da commodity. “O presidente russo observou que há ‘certas mudanças positivas’ nas negociações com a Ucrânia”, destacou Jeffrey Halley, analista da corretora Oanda, citando comentários de Vladimir Putin em relação às tratativas por um cessar-fogo no Leste Europeu.
Atentos ao desenrolar da guerra e à espera do Fed, que provavelmente iniciará o ciclo da alta dos Fed Funds na próxima quarta-feira com um ritmo de 0,25 ponto percentual, os mercados iniciam a semana com bom humor. Domesticamente, o principal destaque da semana é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve elevar a taxa Selic em 1 ponto para 11,75% na quarta. Com o choque de commodities, agentes têm atribuído chances crescentes a um juro mais próximo de 13% ao final do ciclo de alta, prevendo assim um processo de aperto mais longo.
No noticiário corporativo, a companhia aérea Gol registrou um prejuízo de R$ 2,8 bilhões no quarto trimestre, revertendo o lucro líquido de R$ 16,9 milhões em igual período de 2020. Os dados, entretanto, são fortemente influenciados por despesas não recorrentes e variação cambial. Excluindo tais fatores, a companhia teria reportado um prejuízo líquido de R$ 682,1 milhões no trimestre, queda de 20,9% na comparação com os números ajustados do ano passado.
E o IRB Brasil cancelou o pagamento de dividendos que faziam parte da reserva especial constituída em 31 de julho de 2020. Segundo a instituição, o valor daquele saldo foi absorvido por prejuízos que a companhia teve em trimestres posteriores, de modo que a obrigação de pagamento dos dividendos deixou de existir.
(Do Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)
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