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Dólar em alta: veja as ações que subiram mais com o câmbio a R$ 6 e o que esperar delas agora
Em poucos dias, o dólar disparou de R$ 5,80 até perto de R$ 6,10 na máxima intraday dos últimos dias. Isso significou mais uma esticada no preço da moeda norte-americana, que chegou a R$ 4,72 na metade de 2023 e parecia buscar quedas mais intensas.
Que engano!
Desde julho do ano passado, o dólar vem escalando e ajudou a derrubar o Ibovespa. Contudo, tem ações da bolsa de valores rendendo bons ganhos para os investidores.
Não é exatamente uma novidade que as exportadoras são beneficiadas nesse cenário de deterioração do câmbio. Mas há níveis diferentes de bonança entre essas empresas.
Veja a seguir as ações que mais se valorizaram com a alta do dólar. E, depois, se elas ainda têm espaço para crescer mais.
Maiores altas do Ibovespa desde a disparada do dólar no dia 26 de novembro
Empresa | Código | Setor | Retorno % |
JBS | JBSS3 | Carnes e derivados | 7,33 |
SLC Agricola | SLCE3 | Agricultura | 6,21 |
Minerva | BEEF3 | Carnes e derivados | 5,25 |
Klabin S/A | KLBN11 | Papel e celulose | 5,12 |
Ambev S/A | ABEV3 | Cervejas e refrigerantes | 5,08 |
Suzano S.A. | SUZB3 | Papel e celulose | 4,72 |
Gerdau Met | GOAU4 | Siderurgia | 3,41 |
BRF SA | BRFS3 | Carnes e derivados | 3,36 |
Marfrig | MRFG3 | Carnes e derivados | 3,33 |
Gerdau | GGBR4 | Siderurgia | 2,66 |
Maiores altas do Ibovespa desde o salto do dólar de R$ 4,72 para R$ 6
Empresa | Código | Setor | Retorno % |
Embraer | EMBR3 | Material aeronáutico e de defesa | 217,76 |
BRF SA | BRFS3 | Carnes e derivados | 200,58 |
Marfrig | MRFG3 | Carnes e derivados | 179,26 |
JBS | JBSS3 | Carnes e derivados | 125,86 |
Santos Brp | STBP3 | Serviços de apoio e armazenagem | 66,24 |
Sabesp | SBSP3 | Água e saneamento | 65,02 |
Petrobras | PETR4 | Exploração refino e distribuição | 62,99 |
Petrobras | PETR3 | Exploração refino e distribuição | 58,83 |
Caixa Seguri | CXSE3 | Seguradoras | 52,55 |
Cemig | CMIG4 | Energia elétrica | 43,81 |
Quais empresas devem seguir em alta?
Em resumo, quando o dólar sobe, ele beneficia as empresas que têm receita baseada na moeda norte-americana e que são exportadoras. E prejudica companhias que têm receita só em real e dívida em dólar.
Para Max Bohm, estrategista de ações da Nomos, o destaque entre as beneficiadas fica por conta das “empresas ligadas a petróleo com receita 100% dolarizada, como Prio e Brava Energia”.
O estrategista destaca também Suzano e Klabin no setor de papel e celulose, grandes exportadoras e com alta receita em dólar.
Vale e Gerdau são mencionadas como grandes favorecidas no segmento de commodities metálicas.
No caso da Gerdau, Bohm destaca também o fato de a empresa ter boa parte da sua operação no exterior, o que ajuda num momento de desvalorização do câmbio. Isso também serve para a WEG, do setor de bens de capital.
“Todas essas têm forte receita em dólar e devem apresentar resultados melhores conforme o dólar for subindo”, avalia.
Já Fernando Bresciani, analista do Andbank, diz que as suas apostas estão focadas principalmente nas papeleiras (Klabin e Suzano), além de algumas empresas agrícolas, como a SLC Agrícola.
Ele também destaca Vale, WEG, JBS e Embraer. Esta última, inclusive, tem liderado os ganhos na bolsa por causa da disparada do dólar desde o ano passado, entre outros motivos.
Ações que ainda prometem com o câmbio em alta, segundo analistas
- Prio (PRIO3)
- Brava Energia (BRAV3)
- WEG (WEG3)
- Embraer (EMBR3)
- JBS (JBSS3)
- BRF (BRS3)
- Minerva (BEEF3)
- Marfrig (MRFG3)
- Vale (VALE3)
- Gerdau (GGBR4)
- Klabin (KLBN11)
- Suzano (SUZB3)
Campeãs entre as campeãs com a alta do dólar
Ainda que as exportadoras de maneira geral sejam beneficiadas pela alta do dólar, há as campeãs entre as campeãs.
Para Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, as exportadoras que mais se beneficiam são os frigoríficos JBS, Marfrig, Minerva e BRF.
Esse segmento conta com a valorização do boi gordo no mercado global. Então, as companhias do setor ganham no câmbio e na valorização da sua principal commodity.
Há ainda entre as exportadoras que mais se destacam a WEG. A empresa de bens de capital, assim como os frigoríficos, ganha com a pulverização da sua operação em diferentes locais pelo mundo.
“A diferença está relacionada principalmente à diversificação geográfica. A WEG e os frigoríficos têm plantas no Brasil, na América Latina, nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia”, diz Villegas.
“Dentro dessa diversificação geográfica, ganha mais quem conseguir economizar custos com frete e com as próprias plantas”, acrescenta o estrategista da Genial.
VALE3: custos elevados em real reduzem efeito positivo do dólar
Por outro lado, a Vale pode ser considerada uma das empresas que tem seus ganhos com o dólar reduzidos por questões operacionais. Isso porque ela tem uma grande planta localizada no Brasil. Ou seja, boa parte da sua estrutura de custo está em real.
“Esses custos elevados podem reduzir significativamente os ganhos derivados da variação cambial, diminuindo impacto positivo da alta do dólar sobre a rentabilidade”. A explicação é de Hayson Silva, analista da Nova Futura.
Além disso, a Vale sofre com a crise na China e perspectivas pouco animadoras para o preço do minério de ferro. Portanto, o dólar não tem sido suficiente para melhorar a situação da empresa na bolsa.
Da mesma maneira, a Embraer é um dos casos de alto custo em dólar com a compra de componentes importados.
Contudo, as receitas da empresa também são dolarizadas e a companhia tem aumentado sua participação no mercado global, por isso, ela tem conseguido suplantar os custos altos com aumento da demanda por seus produtos no exterior.
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