BRF (BRFS3), Rumo (RAIL3) e Gerdau (GGBR4): como inundações no RS afetam empresas da B3

Além da tragédia marcada por mortes, feridos e desabrigados, parte relevante da atividade produtiva no estado foi prejudicada pelo desastre

As inundações que atingem o Rio Grande do Sul (RS) causaram a interrupção de operações de várias grandes empresas com significativa operação naquele estado.

Assim, entre elas, estão BRF (BRFS3), Gerdau (GGBR4), Rumo (RAIL3), Lojas Renner (LREN3), Randon (RAPT4) e Marcopolo (POM4).

O que aconteceu

O governo gaúcho declarou estado de calamidade pública no dia 2, após enchentes e deslizamentos de terra afetarem diversas regiões do centro-norte do estado.

Segundo informações oficiais, 364 municípios foram afetados pelas inundações no RS.

De acordo com a Defesa Civil, até o momento, o desastre ambiental causou 83 mortes, 111 desaparecimentos e desalojou quase 130 mil pessoas.

Então, o governo gaúcho criou uma conta para receber doações para ajudar os atingidos pelas cheias.

Dados para doação:
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
CNPJ: 92.958.800/0001-38
Associação dos Bancos No Estado do Rio Grande do Sul ou Banco do Estado do Rio Grande do Sul

Atividade produtiva atingida

A região responde por 17% do total de abates nacionais de carne suína, 13% do frango e 5% da bovina do país.

Além disso, 15% da área plantada de soja, 4% do milho e 58% do total da produção nacional de arroz são no estado.

As operações no Porto do Rio Grande estão suspensas. O terminal escoa 30% da produção do estado para exportação.

A Porto RS, operadora do sistema portuário do estado, estima que a normalização deve acontecer em 30 dias.

Já os portos Rio Grande e de Pelotas estão operando normalmente.

O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), afirmou no domingo que as cheias vão atingir as cadeias gaúchas do agronegócio, uma vez que o transporte de animais para abate não chega aos frigoríficos.

A Camil (CAML3), maior produtora brasileira de arroz, afirmou que está acompanhando os impactos das recentes chuvas, mas não se manifestou sobre eventuais desdobramentos para as atividades da empresa.

BRF (BRFS3)

A empresa, dona das marcas Sadia e Perdigão, tem cinco unidades operacionais (de 31 no Brasil), seis centros de distribuição e pontos de trânsito (de 53 no Brasil), duas fábricas de ração animal e uma operação de pet food no Rio Grande do Sul.

Além disso, o Porto do Rio Grande é um dos cinco que a empresa usa para exportações.

“A BRF estaria relativamente mais exposta, dada a relevância da região no abate de suínos e na produção de soja”, afirmou o Goldman Sachs em relatório nesta segunda-feira (6).

Nos últimos dias, a BRF suspendeu as atividades de cinco unidades operacionais na região.

As operações em quatro delas devem voltar nesta segunda e, a última, na terça (7).

A Sadia é uma das marcas da BRF (Foto: Divulgação)

Gerdau (GGBR4)

A Gerdau informou em seu site que paralisou suas operações no Rio Grande do Sul “até que possamos retomar com segurança.”

Maior fabricante brasileira de aço para construção, a companhia tem duas de suas 29 fábricas localizadas no estado, a Riograndense e a de Charqueadas.

Randon (RAPT4), Fras-le (FRAS3), Marcopolo (POMO4)

As companhias, que haviam suspendido operações na quinta-feira, após a declaração do estado de calamidade no estado, anunciaram a retomada de atividades nesta segunda-feira (6).

A Randon é a maior fabricante de reboques e semirreboques da América Latina e um das maiores do mundo.

Já a Fras-le, fabricante de autopeças, também faz parte do grupo Randon.

Da mesma forma, a fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo (POMO4) reativou nesta segunda as operações em Caxias do Sul, suspensas desde sexta-feira.

Porém, os turnos seguem suspensos paras colaboradores que moram em áreas em que o deslocamento está impossibilitado pelas chuvas.

Rumo (RAIL3)

A operadora de logística informou que a circulação de trens no estado está parcialmente interrompida e os danos aos ativos ainda estão sendo mensurados.

“Com base em uma avaliação inicial, não se espera desvios materiais dos resultados estimados para o ano de 2024”, acrescentou a Rumo em comunicado.

Lojas Renner (LREN3)

Em comunicado após o fechamento do mercado, a Lojas Renner (LREN3) afirmou que cerca de 4% de suas lojas estão “temporariamente fechadas”, por causa das enchentes.

Isso equivale a cerca de 18 lojas, considerando a base total de 442 unidades no fim de 2023, dado mais recente.

“Importante ressaltar que não temos centros de distribuição no estado e que o impacto de fornecimento de produtos vindos da nossa rede de parceiros é imaterial”, afirmou a companhia.