BTG vê chance de Petrobras (PETR4) pagar até 27% de dividendos e eleva preço-alvo

De acordo com relatório, empresa poderia pagar cerca de R$ 140 bilhões em remuneração aos acionistas em cinco trimestres

O BTG Pactual elevou o preço-alvo das ações da Petrobras (PETR4), ao apostar que a política de dividendos generosos será mantida em 2024.

“Acreditamos que a ação continua a oferecer um combo atraente de múltiplos baratos e potencial de alta”, diz trecho do relatório nesta sexta-feira (26).

Pelas contas da equipe do BTG Pactual, só em pagamentos regulares, nos cinco trimestres entre o último quarto de 2023 e o deste ano, a petroleira deve pagar cerca de R$ 80 bilhões aos acionistas.

Só isso já renderia um dividend yield de aproximadamente 16%.

Dividend yield é quanto uma ação paga de remuneração ao acionista em dividendos e juros sobre o capital próprio, comparado com o preço da ação.

Este é um cálculo muito usado entre investidores para medir se vale a pena investir numa ação, comparando com um ativo de renda fixa.

Assim, o mais importante não é a variação do papel na bolsa, mas quanto a empresa remunera os acionistas num período.

No caso, se o cálculo do BTG se mostrar verdadeiro, a Petrobras terá pago aos investidores mais do que a Selic atual, de 11,75% ao ano.

Isso, mesmo descontando que a tendência da taxa básica é de queda, o que tornaria a remuneração da Petrobras ainda mais atrativa.

Bônus nas ações da Petrobras (PETR4)

Mas não é só isso.

Os analistas do BTG Pactual acreditam que a Petrobras manterá a política dos últimos anos de pagar robustos dividendos extraordinários.

A equipe acredita que a estatal tem potencial de pagar quase R$ 60 bilhões extras de dividendos, considerando o quarto trimestre de 2023 e este ano completo.

Isso elevaria o dividend yield para impressionantes 27%.

Pedro Soares e equipe, que assinam o relatório, admitem que há riscos para esse horizonte mais otimista.

Por exemplo, a Petrobras (PETR4) pode usar parte do dinheiro para comprar outros negócios, ou mesmo para uma reserva de lucros.

De fato, a companhia aprovou no ano passado uma mudança no estatuto que a permite fazer isso.

Além disso, outras mudanças no estatuto, uma permitindo presença no conselho de pessoas politicamente expostas e outra com um plano de investimentos mais ambicioso para os próximos cinco anos, criaram alguma desconfiança do mercado.

Mas essa história tem outro lado: o governo, maior acionista da empresa, também precisa do dinheiro da empresa.

O motivo principal é a necessidade de arrecadação para cumprir com a meta de superávit primário zero para 2024.

“Ainda acreditamos no pragmatismo… e em altos pagamentos (de dividendos)!”, afirmam os analistas.

Business as usual

Adicionalmente, desde as mudanças no estatuto, a Petrobras continuou a aumentar os preços dos combustíveis quando necessário.

Mais do que isso, a empresa manteve a política de dividendos e já recomprou 66% das ações estipuladas em seu programa de recompra.

Na prática, programas de recompra de ações resultam em dividendos maiores para os atuais acionistas.

Por fim, a empresa ainda não fez nenhum investimento em aquisições.

Por isso tudo, mesmo com uma postura mais cautelosa em relação aos preços do petróleo no curto prazo, o BTG revisou o preço-alvo das ações da petroleira.

A expectativa para a ação PN subiu em R$ 8, para R$ 47 cada nos próximos meses.

Da mesma forma, para a PBR (recibo de ações negociado em Nova York) da empresa, a estimativa subiu em US$ 3, para US$ 19.

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