Bolsas da Europa fecham em alta com investidores de olho em balanços e decisão do Fed

Entre indicadores, a taxa de desemprego da zona do euro recuou de 6,6% para 6,5% em março, ante expectativa de estabilidade do indicador

As bolsas europeias encerraram o pregão de hoje em alta, recuperando-se parcialmente da queda expressiva de ontem, enquanto investidores reagem a balanços de grandes empresas do continente e aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed).

A decisão do BC americano ocorre na véspera da reunião do Banco Central Europeu (BCE).

Índices das bolsas europeias

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,31%, a 462,51 pontos.

Em Frankfurt, o DAX teve ganho de 0,56%, a 15.815,06 pontos.

O índice londrino FTSE 100, por sua vez, avançou 0,20%, a 7.788,37 pontos.

O parisiense CAC 40 subiu 0,28%, a 7.403,83 pontos.

Os ganhos das bolsas europeias ocorrem mesmo com a perspectiva de que tanto o Fed quanto o BCE subirão os juros nesta semana.

“Ambos os bancos centrais enfrentam uma economia que está desacelerando, mas onde a inflação está alta, taxas de desemprego nos menores níveis de vários anos e o estresse no setor bancário continua sendo uma preocupação muito clara”, pondera Michael Hewson, analista-chefe de mercados da CMC Markets.

Indicadores

Entre indicadores, a taxa de desemprego da zona do euro recuou de 6,6% para 6,5% em março, ante expectativa de estabilidade do indicador. O dado, casado com as evidências de maior demanda por trabalhadores na região, indica que o desemprego entre europeus não deve subir muito no curto prazo, Adrian Prettejohn, economista para Europa da Capital Economics.

De qualquer forma, é ainda menos provável que o desemprego reduza mais na zona do euro, “já que as empresas enfrentam custos de insumos ainda altos, incluindo demandas salariais e taxas de juros mais altas”, ressalta a economista-sênior para Europa da Pantheon Macroeconomics, Melanie Debono.

Ações

Na seara corporativa, destacaram-se positivamente os balanços da alemã Deutsche Post (+1,10%) e o salto de 10% da Pearson, do setor de educação do Reino Unido.

O forte avanço ocorreu após um porta-voz afirmar que a companhia está bem posicionada contra uma futura concorrência de ferramentas de inteligência artificial.

Do lado negativo, o banco britânico Lloyds recuou 3,57% mesmo após um balanço em linha com as expectativas do mercado. Segundo Hewson, da CMC Markets, investidores se decepcionaram com o fato da empresa não ter revisado em alta suas projeções para 2023.

“Embora a decepção possa ser compreensível, a cautela faz sentido, dados os eventos atuais nos EUA e a queda de 8 bilhões de libras na base de depósitos do Lloyds nos últimos 12 meses”, comenta o analista.

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