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Ibovespa cai 4,5% no 1º trimestre após perdas em março; dólar sobe 3% no ano
A bolsa de valores hoje fechou em alta, embora o ganho seja insuficiente para evitar que o primeiro trimestre de 2024 feche com perdas sensíveis depois dos 134 mil pontos no último dia de dezembro, patamar nominal recorde.
As incertezas quanto ao início e dimensão do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos empurraram os ativos de risco de mercados emergentes para baixo ao longo do primeiro trimestre do ano.
Assim, no fechamento desta quinta-feira (28), o Ibovespa fechou em alta de 0,33%, a 128.106,10 pontos, incrementando os ganhos do pregão anterior. Ainda assim, o índice acumula queda de 4,53% no ano. No mês, o desempenho também é negativo: -0,71%.
Dólar hoje
Simultaneamente, o dólar subiu 0,73% na sessão, a R$ 5,0154. Em março, os ganhos foram de quase 1%. O dólar registra alta anual de 3% em relação ao real, em linha com os ganhos globais.
O DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas importantes, avançou 0,19% na sessão, a 104,54 pontos. No ano, a valorização é de 3,17%.
Índice | Variação do dia | Variação do mês | Variação do ano |
---|---|---|---|
IBOV | +0,33% | -0,71% | -4,53% |
IDIV | +0,21% | -1,20% | -3,81% |
IFIX | +0,38% | +1,43% | +2,92% |
BDRX | +0,65% | +4,04% | +15,88% |
Ações em alta
- Americanas (AMER3) +18,18%
- Comgas (CGAS5) +16,53%
- Multilaser (MLAS3) +15,02%
- Wiz (WIZC3) +13,91%
- Marfrig (MRFG3) +12,80%
Ações em baixa
- Dasa (DASA3) -13,17%
- Oncoclínicas (ONCO3) -12,71%
- João Fortes (JFEN3) -10,78%
- Azul (AZUL4) -7,65%
- Viveo (VVEO3) -4,65%
Os rankings contemplam ações com volume acima de R$ 1 milhão no dia, que compõem ou não o Ibovespa. As cotações foram apuradas entre 17h07 e 17h11.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com variações limitadas, travadas pelas expectativas com novos dados de inflação e com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, na Sexta-feira Santa, quando os mercados globais estarão fechados.
Mesmo com a cautela, o S&P 500 e o Dow Jones renovaram as máximas históricas de fechamento. Na sessão, investidores assimilaram comentários do diretor do Fed Christopher Waller mais hawkish que o antecipado e nova leitura forte do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre de 2023. Ação de maior peso no Nasdaq Composto, a Apple cedeu após o rebaixamento de recomendação e relatos de atraso em lançamento de produto.
O índice Dow Jones fechou com ganho de 0,12%, em 39.807,37 pontos, o S&P 500 avançou 0,11%, a 5.254,35 pontos, e o Nasdaq caiu 0,12%, a 16.379,46 pontos. O S&P 500 acumulou ganho de 10,16% no primeiro trimestre, o melhor desempenho para os três primeiros meses de um ano desde o primeiro trimestre de 2019. O Dow Jones teve ganho trimestral de 5,62% e o Nasdaq, de 9,11%. No mês, o Dow Jones ganhou 2,08%, o S&P 500, 3,10% e o Nasdaq, 1,79%.
Europa
As principais bolsas europeias fecharam com ganhos, ainda que limitados, nesta quinta-feira (28) após acumularem alta no trimestre diante de sinais de desaceleração da inflação e crescente expectativa de que o alívio monetário está a caminho na região. O pregão foi o último antes do feriado prolongado de Páscoa.
O DAX, principal índice referencial de Frankfurt, continuou ascendendo a novas máximas históricas, sem que os investidores se abalassem pela divulgação do indicador que mostrou queda nas vendas do varejo na Alemanha. Assim, o índice de referência alemão subiu 0,08%, atingindo a marca inédita de 18.492,49 pontos no fechamento.
Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com variação de 0,26%, aos 7.952,62 pontos, voltando a se reaproximar dos 8.000 pontos. No trimestre, o índice subiu 2,84%.
O CAC 40, de Paris, teve variação de 0,01%, aos 8.205,81 pontos, patamar recorde. Nos primeiros três meses do ano, o índice avançou 8,78%.
Em Madri, o Ibex 35 caiu 0,33%, aos 11.074,60 pontos. O FTSE MIB recuou 0,03%, aos 34.750,35 pontos. O PSI 20, de Lisboa, ganhou 0,06%, aos 6.280,50 pontos.
Inflação e crescimento econômico no foco
Divulgado pelo Banco Central na manhã desta quinta, o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) mostrou ajuste de alguns indicadores. Nesse sentido, os preços de serviços subjacentes, que já chamavam a atenção dos investidores, foram revisados para cima.
Ainda assim, o texto indica chance menor de estouro da meta inflacionária.
Por outro lado, o Banco Central também revisou o PIB, agora com expectativa de fechar 2024 com alta de 1,9%, mas caminhando para números ainda maiores, segundo Paulo Gala, economista-chefe do banco Master.
“Depois desses dados de janeiro e fevereiro, o crescimento vai para cima de 2%, com destaque para dados muito fortes de serviços e varejo e, ontem, o Caged também veio muito forte, com criação de vagas em fevereiro bem acima do esperado, um dos melhores desempenhos dos últimos dez anos”, destaca o economista.
Contudo, dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, mostram que a taxa de desocupação no Brasil chegou a 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2024. Esse resultado representa uma alta de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023.
O quadro geral, segundo Gala, é de uma economia forte para o restante do ano, mas com ressalvas quanto ao comportamento da inflação, que pode mudar o destino dos juros no país.
“O forward guidance já mudou. A Selic baixará a 10,25% na reunião de maio e, depois disso, não dá para saber o que vai acontecer (com os juros)”, alerta.
Exterior também movimentou a bolsa de valores hoje
Nos Estados Unidos, os vértices curtos dos juros futuros estão no centro das atenções ao registrarem forte alta após comentários de Christopher Waller, do Fed, sugerindo um possível adiamento ou redução do número de cortes nas taxas de juros.
Ele disse achar apropriado reduzir o número total de cortes de taxas ou adiá-los para o futuro em resposta aos dados recentes.
Indicadores dos EUA também mexem com Ibovespa
A bolsa de valores hoje também foi impactada pelos dados de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos.
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos teve uma leve baixa de 2 mil na semana encerrada em 23 de março, a 210 mil.
Analistas consultados pela FactSet previam 215 mil solicitações.
O total de pedidos da semana anterior foi revisado para cima, de 210 mil para 212 mil. Já o número de pedidos continuados mostrou avanço de 24 mil na semana encerrada em 16 de março, a 1,819 milhão, vindo acima do consenso da FactSet, de 1,815 milhão.
Esse indicador é divulgado com uma semana de atraso.
Destaque também para a revisão do PIB, que cresceu 3,4%. O resultado ficou acima da estimativa anterior, de alta de 3,2%, e também da previsão de analistas consultados pela FactSet, de aumento de 3,3%.
Na sexta, com os mercados fechados, sai o principal dado da semana, o deflator do PCE. Além disso, haverá discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.
Com informações do Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires
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