Dólar fecha em alta, a R$ 5,15, e Ibovespa cai a 113 mil pontos com pressão externa

Dólar avançou enquanto Ibovespa e índices de NY e Europa fecharam em queda consistente com juros americanos em alta e aversão a risco

A bolsa de valores hoje fechou mais uma vez no campo negativo, enquanto o dólar teve forte valorização ante o real. Estiveram no radar dos investidores os movimentos dos juros futuros americanos, que voltam a subir, renovando as máximas e colocando pressão sobre os ativos de risco no mundo todo. Entenda o que está acontecendo na análise de William de Castro: O que explica o pessimismo com os ativos de risco agora?

Ao mesmo tempo, no cenário interno, temas políticos e econômicos estão no foco do mercado nesta semana, com votações importantes no Congresso.

Assim, no fechamento desta terça-feira (3), o Ibovespa recuou 1,42%, a 113.419,04 pontos, perto da mínima do dia, que foi de 113.150,89.

Dólar

Por outro lado, com relação ao câmbio, a moeda norte-americana avançou com força em relação ao real. O dólar fechou em alta de 1,73%, cotado a R$ 5,1543, depois de bater máxima de R$ 5,16.

No cenário internacional, a valorização da moeda dos EUA foi mais discreta. O DXY, que mede o desempenho da divisa em relação a outras moedas importantes, avançou 0,74%, a 106,94 pontos.

Ações em alta na bolsa de valores hoje

Em dia de forte queda no Ibovespa, uma das poucas ações do índice que registrou alta consistente foi a Natura, que avançou com a informação de que o Grupo Aurelius, com sede na Alemanha, está interessado na The Body Shop, que pertence ao grupo. A notícia foi, aliás, do site Sky News, do Reino Unido.  

Veja as cinco ações que mais subiram na bolsa de valores hoje

  • Springs (SGPS3): +12,87%
  • Gafisa (GFSA3): +3,10%
  • Natura (NTCO3): +2,97%
  • Fleury (FLRY3): +2,17%
  • Suzano (SUZB3): +1,95%

Ações em baixa

Por outro lado, entre as empresas que mais perderam ao longo do dia, destaque para a BR Properties, que desceu quase 17% nesta terça-feira. Além disso, outra que teve forte queda foi o Magazine Luiza, que desceu mais de 8%. Veja as cinco empresas que tiveram as maiores perdas do dia.

  • BR Properties (BRPR3) -16,78%
  • Recrusul (RCSL4) -10,77%
  • Sequoia (SEQL3) -8,62%
  • Magazine Luiza (MGLU3) -8,46%
  • Lojas Quero-Quero (LJQQ3) -8,33%

Os rankings contemplam ações que movimentaram mais de R$ 1 milhão na sessão. As cotações foram apuradas entre as 17h15 e as 17h30, depois do fechamento, mas estão sujeitas a alterações.

Economia local também mexeu com Ibovespa

No Brasil, a bolsa de valores hoje também teve destaque para a produção industrial, que avançou 0,4% em agosto. O número veio ligeiramente abaixo das projeções medianas do mercado, que indicava alta de 0,5%.

O resultado foi impulsionado pela produção de Bens de Capital, que avançou 4% no período, e de Bens de Consumo Duráveis, que subiu 8%.

“Esperamos uma melhora na produção de Bens Duráveis após o choque das medidas para o setor automotivo, que não surtiram o efeito total esperado e trouxeram distorções, mas, uma vez superado este momento, podemos ter números mais estáveis no segmento”, diz o economista André Perfeito

Além disso, na segunda, foram divulgados os números do Caged, que vieram acima do esperado, com o mercado de trabalho se mostrando mais forte. O saldo de 220.844 vagas criadas em agosto superou o teto das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que era 209.692 postos.

Política tem decisões importantes

Além disso, os investidores repercutem na bolsa de valores hoje a aprovação no Senado do projeto de lei que regulamenta o Desenrola.

A mesma proposta cria um limite para a dívida com juros do rotativo do cartão de crédito — o saldo devedor total não poderá ultrapassar o dobro do montante inicial devido.

Assim, também está no radar dos investidores a votação na Câmara do projeto de lei que trata da taxação de fundos offshores e exclusivos. Pauta importante para a missão do governo de aumentar a arrecadação sem tributos adicionais.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) escolheu o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) como relator do projeto na Casa. Dessa forma, texto pode ser votado na Câmara ainda nesta terça.

Dessa maneira, “o projeto deve acabar incorporando a taxação dos fundos de investimentos exclusivos, que primeiramente foi encaminhada como medida provisória para custear a correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física”, ressalta a economista do Itaú BBA Lorena Dourado, durante o Morning Call.

Bolsas mundiais

As bolsas de Nova York fecharam com baixas expressivas. Afinal, as ações foram pressionadas pela perspectiva de política monetária restritiva por mais tempo e pela consequente escalada dos juros dos Treasuries, após dados indicarem que o mercado de trabalho americano segue forte.

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,29%, aos 33.002,38 pontos; o S&P 500 terminou o pregão com variação negativa de 1,37%, aos 4.229,45 pontos e o Nasdaq cedeu 1,87%, aos 13.059,47 pontos.

Perto do fechamento, o índice VIX, que mede a volatilidade das bolsas e funciona como um termômetro de medo de Wall Street, subia 12,38%, aos 19,78 pontos.

Além disso, as bolsas da Europa também fecharam em queda nesta terça-feira, em meio a forte aversão ao risco.

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 fechou em queda de 0,54%, aos 7.470,16 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,06%, aos 15.085,21 pontos; em Paris, o CAC 40 cedeu 1,01%, aos 6.997,05 pontos; em Milão o FTSE MIB perdeu 1,32%, aos 27.482,21 pontos; em Madri, o Ibex 35 caiu 1,62%, aos 9.168,20 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 teve baixa de 2,74%, aos 5898,81 pontos. As cotações são preliminares.

Emprego nos EUA

A abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos cresceu para 9,61 milhões em agosto, de acordo com o relatório Jolts, publicado nesta terça-feira, 3, pelo Departamento do Trabalho do país.

O resultado ficou bem acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, de 8,9 milhões de vagas. O número de julho, contudo, foi levemente revisado para cima, de 8,827 milhões para 8,92 milhões.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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