ASA, gestora de Alberto Safra, está confiante em small caps, shoppings e incorporadoras

A ASA Investments, gestora do bilionário Alberto Safra, está confiante com as empresas de consumo da bolsa

A ASA Investments, gestora do bilionário Alberto Safra, está confiante com as empresas de consumo da bolsa, setor que se beneficia de um ciclo de crescimento de renda e de inflação relativamente baixa – a aposta da casa para a economia neste 2024.

Os fundos de ações da asset, tocados pelo carioca Ricardo Almeida, ex-presidente da Bradesco Asset Management, estão, neste momento, comprados principalmente de companhias de small caps, de papéis do setor de shoppings centers e de empresas incorporadoras.

Em sentido oposto, a gestora acaba de reduzir sua exposição na área de commodities, que aqui se traduz por Vale e Petrobrás. Eles reduziram uma posição de 12% e 9%, respectivamente, para 6% de alocação em cada uma delas.

Vale e Petrobrás foram recentemente torpedeadas por episódios de ingerência do governo federal. Mas Ricardo Almeida diz que reduziu a exposição após leitura de cenário econômico, com perspectiva de uma demanda mais fraca vinda do mercado chinês.

Os destaques na asset de Alberto Safra

A cereja do bolo dos fundos de ações da ASA, hoje em dia, é o combo de varejo e shoppings centers, que respondem por 20% do book de ações da casa.

Papéis de centros de compra como Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI11), e de redes de varejo como Lojas Quero-Quero (LJQQ3) e Renner (LREN3) abocanham neste momento 20% da posição.

“As lojas Quero-Quero responde bem a esse tese de consumo nas rendas mais baixas”, afirma Ricardo Almeida.

Uma outra posição importante para a gestora de Alberto Safra é o índice de Small Caps da bolsa de valores, o SMLL.

Em um ano, ele registrou variação positiva de 24,44%. Mas o que chama a atenção de Almeida na classe é a sua volatilidade, que segundo ele cria janelas de oportunidades.

Com pouca liquidez, as ações que compõem o índice sentem o impacto da saída dos institucionais, por exemplo. E por institucionais, também fundos de ações que têm sofrido com a fuga de cotistas.

“Esses fundos precisam vender as posições para gerar liquidez. E, quando isso acontece, o índice oscila. A gente aproveita essas janelas para comprar”, diz.

Segundo Ricardo Almeida, as small caps também tendem a reagir bem à queda dos juros locais. O grosso de suas dívidas estão indexadas à Selic. “Hoje, 12% do nosso portfólio está em small caps”, afirma.

O racional de queda de juros é o mesmo que alimenta posições no setor de construção, hoje com 6% de participação. “Gostamos de Cyrela e de Cury”, afirma.

A Cyrela (CYRE3) é vista, na casa de Alberto Safra, como um corredor de acesso ao bolso da alta renda. A Cury (CURY3), por sua vez, tem se beneficiado do fôlego gerado pelo programa Minha Casa Minha Vida.