Bradesco: Ações da Localiza devem subir mais de 20% após balanço melhor que o esperado

Localiza admite que as margens do mercado de seminovos já começaram a cair, mas Bradesco ainda vê espaço para valorização das ações

O Bradesco BBI destacou nesta quarta (16), em relatório, que as ações da Localiza (RENT3) ainda possuem uma margem considerável de valorização a partir dos resultados apresentados pela empresa no terceiro trimestre.

O Bradesco BBI considera que a negociação de ações a um múltiplo de 19 vezes o preço pelo lucro esperado de 2023, um desconto de 22% em relação à média de cinco anos, e considera uma atraente taxa anual de crescimento do lucro por ação de 23% para o triênio 2023 a 2026, além de um retorno robusto sobre capital investido de 15,7%.

O banco reiterou a recomendação de compra para as ações da Localiza, com preço-alvo de R$ 80, alta potencial de 22% sobre a cotação atual.

Destaques

Entre os principais destaques do balanço da Localiza , segundo o banco, está a depreciação pró-forma por carro no aluguel de carros.

O resultado reflete os novos veículos na frota, que, com despesas financeiras líquidas maiores, pressionaram o lucro líquido pró-forma para R$ 682 milhões, 11 % abaixo do consenso.

Margem de lucro

O banco destaca ainda que a margem do lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de 11,6%, queda de 6,5 pontos percentuais ante o terceiro trimestre de 2021, no critério pró-forma, com números que desconsideram as despesas da fusão com a Unidas.

“Isso sugere que o processo de normalização das margens dos Seminovos também está acontecendo para a empresa, assim como para o restante do setor, embora menos pronunciado para a Localiza, que ainda está vendendo veículos mais antigos”, comentam os analistas Victor Mizusaki, André Ferreira e Pedro Fontana.

Entre julho e setembro, a Localiza alcançou uma adição líquida de frota de 52 mil carros, acima dos 49 mil vendidos para a Brookfield em 1º de outubro, e a empresa deve continuar comprando grandes volumes para renovar sua frota no quarto trimestre e em 2023, comentam os analistas.

“Notamos que os fornecedores saltaram para R$ 8,2 bilhões, de R$ 3 bilhões no segundo trimestre de 2022, o que foi fundamental para manter a alavancagem abaixo de 3 vezes”, dizem os analistas. “Assim, mesmo considerando o ingresso líquido de R$ 3,2 bilhões com a venda dos ativos para a Brookfield, a amortização dos fornecedores continuará pressionando a alavancagem”, acrescentam.

Margem de seminovos deve se acomodar

Rodrigo Tavares, diretor de finanças e de Relações com Investidores da Localiza, defendeu que as margens do mercado de seminovos já começaram a cair e vão continuar o movimento de normalização depois do forte impacto da pandemia.

“A gente espera um soft landing da margem de seminovos. A gente tem volume elevado de carros com book value mais baixo. Apesar da tendência ser de acomodação, ela vai acontecer de forma gradual”, disse, em teleconferência de resultados.

“Tivemos caso de carro sendo vendido com ágio. Agora já estamos em patamares históricos”, disse.

O executivo destacou que no mercado o preço de lista do carro continua subindo. “No preço do consumidor, a gente não vê deslocamento. Ainda vemos aumento de preço para o consumidor. Tem promoção, tem financiamento… mas não vemos deslocamento do preço praticado e o preço de lista”, disse.

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