Ações globais e rendimentos de títulos caem com medo de guerra na Ucrânia

Os preços do petróleo caem após saltarem com a preocupação de que os suprimentos russos de petróleo possam ser reduzidos
Pontos-chave:
  • A possibilidade de uma guerra na Europa surgiu como uma fonte adicional de incerteza para os investidores nas últimas semanas

Os rendimentos dos títulos e os mercados de ações internacionais caíram diante da possibilidade de uma guerra iminente na Europa, depois que a diplomacia entre líderes ocidentais e o presidente russo Vladimir Putin não conseguiu avançar, no fim de semana, no sentido de eliminar o risco de guerra.

Os futuros do S&P 500 caíram 0,9% nas negociações desta segunda-feira (14). Os contratos do Nasdaq-100, com foco em tecnologia, e do Dow Jones Industrial caíram 1,1% e 0,8%, respectivamente. Se as perdas continuarem até o sino de abertura dos mercados, elas agravarão um declínio nas ações desencadeado na sexta-feira pelos alertas dos EUA de que Moscou pode invadir a Ucrânia a qualquer momento.

Os mercados de ações no exterior também caíram, acompanhando a queda de Wall Street no final da semana. O Stoxx Europe 600 (índice que reúne 600 grandes, médias e pequenas empresas listadas, de 17 países da Europa) perdeu 2,8%, liderado por ações de bancos e empresas de viagens e lazer. O Nikkei 225 do Japão caiu 2,2% e o Shanghai Composite Index da China caiu 1%.

Os preços do petróleo caíram, depois de saltar no início das negociações, com o receio dos investidores de que uma guerra reduziria a oferta de petróleo russo para os mercados globais, que carecem de suprimentos da comoditie. O Brent, referência nos mercados de energia, caiu 0,3%, para US$ 94,07 o barril, mantendo-se perto de seu nível mais alto desde 2014.

Os preços do gás natural – do qual a Rússia é o maior exportador global – subiram nos dois lados do Atlântico. Nos EUA, os preços do gás subiram 4,5%, para US$ 4,12 por milhão de unidades térmicas britânicas. Os preços na Europa, que depende da Rússia para grande parte de seu gás, parte dele fluindo pela Ucrânia, saltaram 8,8%.

Ativos livres de risco

Investidores buscaram ativos que eles percebem como paraísos em tempos de incerteza. O rendimento das notas do Tesouro de 10 anos de referência caiu para 1,927% de 1,951% na sexta-feira, tendo atingido uma alta de dois anos de 2,028% na quinta-feira. Os rendimentos e os preços dos títulos se movem na direção oposta. Os contratos futuros de ouro subiram 0,8%, para US$ 1.857,40 por onça.

As ações foram atingidas este ano pela perspectiva de um aumento nas taxas de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA. O banco central norte-americano está se preparando para aumentar os custos de empréstimos para combater a maior taxa de inflação em quatro décadas, diminuindo as políticas de dinheiro fácil que elevaram os ativos mais arriscados durante grande parte dos últimos dois anos.

A possibilidade de uma guerra na Europa surgiu como uma fonte adicional de incerteza para os investidores nas últimas semanas. A escalada militar da Rússia acelerou, com forças posicionadas em três lados da Ucrânia.

Os investidores dizem que o impasse sobre a Ucrânia é difícil de precificar porque eles não têm informações suficientes sobre a possibilidade de uma invasão e da natureza e gravidade da resposta do Ocidente. Se Moscou atacasse e os EUA e seus aliados respondessem com sanções, as hostilidades poderiam afetar a economia e os mercados mundiais de maneiras imprevisíveis.

Entre as ações individuais dos EUA, a linha de cruzeiros Carnival perdeu 3,2% nas negociações de pré-mercado e a empresa de chips Nvidia perdeu 2,8%. Norwegian Cruise Line caiu 2,5% e Tesla 2,3%. Espera-se que a Charles Schwab, multinacional de serviços financeiros, divulgue os ganhos antes da abertura do mercado, seguido pela locadora Avis Budget.

Com agências internacionais