Petrobras, Vale e mais 10 ações com potencial de alta na bolsa de valores

Veja a lista completa e motivos para o otimismo com os papéis

Com a alta consistente do Ibovespa no pregão da terça-feira (14), o principal índice da bolsa passa dos 12% de valorização em 2023. Ainda assim, há oportunidades de ganhos maiores com algumas ações com potencial de alta acima da média.

Grandes instituições, como Santander, Itaú BBA e XP, destacam algumas ações que podem deixar a valorização do IBOV no retrovisor. É o caso, por exemplo, da Hapvida, que, segundo o Itaú BBA, pode saltar quase 90%.

Dentre as gigantes da bolsa, Petrobras, Vale, Itaú e Banco do Brasil são algumas das apostas do Santander.

O banco estima que o preço-alvo de suas recomendações seja atingido até o fim do ano. XP e Itaú BBA indicam que a data varia conforme o ativo.

Outras empresas menos conhecidas do público, como Grupo Mateus e M. Dias Branco, também podem render altas bem acima do Ibovespa. Projeções da XP colocam os papéis com possibilidades de alta de 55% e 49%, respectivamente.

Essas e outras ações podem subir na bolsa. E os motivos são variados. Explicamos alguns deles abaixo.

Confira 12 ações com potencial de alta na bolsa e recomendação de compra

Instituição avaliadoraEmpresa avaliadaCódigo Preço inclusãoPreço-alvoUpside
SantanderBanco do BrasilBBAS3R$ 49,79R$ 75,0050,6%
SantanderPetrobrasPETR3R$ 33,88R$ 52,0053,4%
SantanderItaú ITUB4R$ 28,56R$ 31,008,5%
SantanderVale VALE3R$ 65,25R$ 88,0032,8%
SantanderMultiplanMULT3R$ 27,93R$ 32,0014,5%
XPM. Dias BrancoMDIA3R$ 32,59R$ 48,4049%
XPSabespSBSP3R$ 58,37R$ 80,0037%
XPEquatorialEQTL3R$ 31,60R$ 39,0023%
XPGrupo MateusGMAT3R$ 5,82R$ 9,0055%
Itaú BBAHapvida HAPV3R$ 3,69R$ 7,0089,7%
Itaú BBADirecionalDIRR3R$ 17,36R$ 29,0067,1%
Itaú BBACognaCOGN3R$ 2,40R$ 4,0066,7%
As ações foram selecionadas conforme a recomendação (de compra), por importância na bolsa e/ou importância do upside (potencial de valorização) – Fonte: relatórios da instituições financeiras citadas / organização: Inteligência Financeira

Banco do Brasil (BBAS3)

A participação de 50% do Banco do Brasil (BBAS3) no Banco Votorantim “reforça sua presença no mercado de financiamento de veículos”, diz o Santander. Além disso, a instituição tem um mandato regulatório para emprestar ao setor agrícola, que deve seguir sendo impulsionado pelo governo.

Com isso, o Santander elevou o preço-alvo de Banco do Brasil de R$ 62,00 para R$ 75,00 ao final de 2023. Esse novo preço-alvo está diretamente ligado a um aumento da premissa de ROAE sustentável para 18% contra os 16% anteriores e a uma projeção de lucro líquido ajustado em 2023 de R$ 36,8 bilhões. Anteriormente, a projeção era de R$ 35,6 bilhões.

“Nossa visão positiva para o BB se baseia principalmente em ampla presença física, carteira de crédito lastreada em operações de agronegócio, estrutura de captação mais barata, gestão de fundos do setor público com taxas atrativas e (o fato de) ser o principal banco do governo para deals“, avalia o Santander.

Petrobras (PETR3)

O Santander acredita que as capacidades de produção e exploração da Petrobras, lideradas por seus ativos de alta qualidade do pré-sal, permanecerão em vigor. Isso mesmo com as incertezas no conselho administrativo, que pode sofrer mudanças em 2024.

Recentemente, os analistas do banco elevaram a recomendação das ações ordinárias da Petrobras (PETR3) de “manutenção” para “compra”.

Segundo o relatório, as perspectivas são de que “as potenciais mudanças na política de preços de combustíveis, no plano de investimentos e na política de dividendos devem ter um impacto limitado nos resultados financeiros (especialmente no curto prazo) da empresa”.

Itaú (ITUB4)

O Santander também elevou a recomendação do Itaú (ITUB4) de “manutenção” para “compra”. Porém, o preço-alvo foi mantido em R$ 31,00 até o final do ano. “Consideramos esse patamar atraente para uma empresa que entrega um ROE anualizado acima dos 20%”, complementa o banco.

Para o Santander, as estratégias digitais estão entre os potenciais do Itaú. Além disso, crescimento do crédito e retomada acelerada da economia também fortalecem a tese sobre o banco.

Por outro lado, os riscos estão relacionados a potencial enfraquecimento da economia brasileira. Nesse sentido, os altos índices de alavancagem das famílias é um perigo latente. Além disso, a deterioração do cenário econômico e impacto maior do que o previsto das fintechs são pontos de atenção.

Vale (VALE3)

O Santander mantém “visão positiva” sobre os preços da commodity a médio prazo. Com isso, a tese segue sendo de restrição de oferta, “que deve sustentar os preços do minério de ferro acima de US$ 100/t por mais tempo”. Nesse sentido, o preço das ações da Vale (VALE3) também devem subir.

“Embora a Vale não seja mais a nossa top pick do setor de siderurgia e mineração, ainda vemos suas ações negociando a um valuation atraente”, diz o banco. Para os próximos meses, o banco dá preferência por cobre no lugar do minério de ferro.

Multiplan (MULT3)

Uma das maiores empresas de shoppings brasileiros, a Multiplan (MULT3) pode ser favorecida pelo seu processo de transformação digital. Na avaliação do Santander, o aplicativo Multi da empresa e seu programa de fidelidade podem ajudar a impulsionar os resultados.

“Também avaliamos como positiva a iniciativa de investimento em start-ups, como a Startplan”, diz o Santander. O relatório menciona o hub da Multiplan que tem o objetivo de avaliar possíveis startups que possam representar riscos ou oportunidades para o negócio.

Além disso, o MultLab, laboratório interno de inovação da Multiplan, é outro ponto de destaque.

Equatorial (EQTL3)

A Equatorial (EQTL3) teve um desempenho superior ao do Ibovespa em outubro. A empresa de energia segue como Top Pick no setor “devido aos seus fundamentos sólidos”, diz a XP. Nesse sentido, o forte desempenho operacional e a redução de risco em renovações de concessões são pontos importantes.

Além disso, notícias recentes descartaram a possibilidade de aquisição da Enel-CE. “Isso poderia ser outra oportunidade de agregar valor, mas exigiria uma emissão de ações ou venda de alguns ativos”.

Grupo Mateus (GMAT3)

A varejista de alimentos com atuação no Norte e no Nordeste Grupo Mateus (GMAT3) também está bem avaliada pela XP, que vê “o histórico de estratégia de expansão bem-sucedida, formatos de lojas complementares e rede logística forte” do grupo como um dos indicadores de sucesso.

“Gostamos do plano estratégico de expansão e o consideramos muito bem-sucedido, uma vez que ainda há muito espaço para expansão orgânica nas regiões Norte e Nordeste e a companhia continua entrando em novos estados para abrir o mercado”, cita o relatório.

Além disso, mix de produtos e estratégia de preços e desenvolvimento da marca são outros pontos de destaque do Grupo Mateus.

Sabesp (SBSP3)

Apesar de ter performado abaixo do Ibovespa em outubro, a Sabesp (SBSP3) é vista como boa aposta pela XP daqui em diante. “Estamos mais construtivos com o case”, diz a empresa, com a privatização, que deve ser concluída em meados de 2024, apontada como a “principal alavanca” do preço das ações.

“O processo de turnaround é outra alavanca relevante. A empresa já realizou um programa de demissão voluntária, ao qual aderiram 1.862 colaboradores. Existem diversas iniciativas para reduzir custos, das quais destacamos a criação de uma área de serviços compartilhados que deverá reduzir a redundância nas suas unidades de negócio regionais”, destaca a XP.

M. Dias (MDIA3)

Entre as apostas da XP, uma que tem bom upside é a M. Dias Branco (MDIA3), do setor de alimentos. “Reiteramos nosso rating de compra devido aos preços mais baixos do trigo”.

Além disso, óleos de palma e vegetais, usados pela empresa, estão com preços em tendência de queda por conta do aumento da oferta.

A empresa também está num caminho de médio prazo para melhorar preços, posicionamento de marca e recuperação de mercado. “Todas estratégias já em vigor desde o início da pandemia, mas obscurecidas pelo cenário macro”, avalia a XP.

Hapvida (HAPV3)

Principal operadora de saúde do Brasil e produto da fusão entre duas das maiores operadoras verticalizadas do País, a Hapvida (HAPV3) é a empresa que tem o maior upside da carteira do Itaú BBA, com possibilidade de subir mais de 80%.

“A empresa combinada possui um modelo de negócios verticalizado por meio do qual também possui operações de hospitais e clínicas, conferindo-lhe maior controle de custos e despesas, competitividade comercial e menor sinistralidade”, diz o relatório do Itaú BBA.

“Nossa preferência pela tese está fundamentada em um valuation atrativo, juntamente com um bom momento operacional marcado por uma tendência inicial de normalização da rentabilidade – apesar do ambiente desafiador para o setor de saúde nos últimos trimestres”, complementa o banco.

Cogna (COGN3)

Outra com possibilidade de alta consistente na bolsa, segundo o Itaú BBA, a Cogna (COGN3), do setor de educação, é favorecida “pela perspectiva positiva para a entrada de alunos no primeiro semestre deste ano, com um crescimento do volume de novos entrantes e manutenção do ticket (preço) médio”, avalia o Itaú BBA em relatório.

Além disso, o ano de 2022 parece ter sido um ponto de inflexão para a Kroton, uma das redes do grupo, que mostrou o primeiro crescimento de receita líquida desde 2018. “Por fim, as iniciativas de ganhos de eficiência juntamente com o crescimento de receita devem levar a companhia a reportar expansão de margem em 2023 e 2024”.

Direcional (DIRR3)

Entre as construtoras, a Direcional (DIRR3) é uma das opções do Itaú BBA e se destaca entre as companhias focadas em baixa renda, especialmente após as revisões para o programa Minha Casa Minha Vida.

O Itaú BBA avalia que o aumento do teto de unidades do programa para R$ 350 mil melhorou as condições de negócio para as construtoras, que conseguem subir os preços dentro das faixas do MCMV.

Além disso, a Direcional realizou um follow-on (oferta subsequente de ações) em junho deste ano, no qual captou R$ 430 milhões para acelerar lançamentos e aumentar sua presença nas praças com liderança.

“Esperamos que a companhia siga reportando resultados operacionais positivos nos próximos trimestres”, avalia o Itaú BBA.