Alexandre Birman, da Arezzo: conheça o empresário que fechou acordo de bilhões com o Grupo Soma

Ele aprendeu os macetes da profissão de sapateiro com o pai e está na lista dos bilionários da Forbes

Bastante conhecido entre o setor de moda e varejo, Alexandre Birman, 47, está novamente entre os holofotes depois do anúncio de que a Arezzo (ARZZ3), companhia em que é CEO e CCO, e o Grupo Soma (SOMA3) confirmaram um acordo para a fusão entre as duas companhias.

De acordo com informações das empresas, com a implementação da operação, o faturamento da companhia poderá chegar próximo a R$ 12 bilhões. Isto considerando os respectivos faturamentos brutos do terceiro trimestre de 2023. E valor de mercado deve chegar em R$ 13 bilhões. Só para você ter uma ideia, a Magazine Luiza (MGLU) vale R$ 13,2 bilhões. E a Renner (LREN3), R$ 15,1 bilhões.

“Este é um movimento histórico e um dos maiores da década, que ampliará as nossas plataformas de marcas, nos levando a um patamar de oportunidades mundiais. Este novo capítulo nos trará uma chance única de integração de negócios e portfólios de marcas complementares, potencializando o cross-selling e garantindo um aumento na eficiência da operação”, afirma Alexandre Birman em nota.

Quem é Alexandre Birman?

Desse modo, claro, fica a curiosidade sobre a trajetória de Birman, que aliás, começou sua carreira muito cedo, aos 13 anos de idade. Isso dentro da fábrica de calçados criada pelo pai, Anderson Lemos Birman, e pelo seu tio, Jefferson Birman.

A empresa, cujo nome é bastante famoso nos dias de hoje, Arezzo (ARZZ3), começou em 1972 em um terreno da família, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Naquela época, a marca era direcionada ao público masculino. Mas, pouco tempo depois, os irmãos Birman identificaram na produção de sapatos femininos um enorme potencial de lucro.

Portanto, foi assim que a Arezzo (ARZZ3) migrou de calçados masculinos para femininos. E a partir daí, o primeiro grande sucesso da marca foi a ainda conhecida sandália Anabela.

Inclusive, o nome Arezzo é o mesmo de uma cidade na Itália. Mas, de acordo com informações da companhia, a escolha veio de uma posição de marketing. Afinal de contas, os irmãos Birman queriam aproveitar a fama da Itália de ser produtora de bons sapatos. Desse modo, lá na década de 70, Anderson Birman resolveu abrir o mapa da Itália e encontrou a cidade de Arezzo, na Toscana. Gostou do nome e batizou a empresa.

E então, foi pelos corredores da fábrica que Alexandre Birman, ainda pequeno, tomou gosto pelo ofício. Tanto que adorava brincar com as caixas de sapato que não eram utilizadas.

Formação: sapateiro

Os anos foram passando e Alexandre resolveu se dedicar profissionalmente ao ofício de designer de sapatos. Ou melhor, de sapateiro, que é como ele gosta de ser chamado.

Então, além de ter se formado em Administração de Empresas, Birman também resolveu realizar um curso técnico de sapateiro, e veja só, na Itália. Quando o aprendizado chegou ao fim, o empresário decidiu usar toda a experiência adquirida dentro e fora da sala de aula para criar sua marca própria, a Schutz.

Naquela época, a produção era direcionada ao público masculino e com uma pegada esportiva. Mas claro que em pouco tempo Alexandre começou a produzir modelos femininos. O que fez da Schutz uma marca bastante consumida pelas mulheres.

União entre as empresas

E, como bom empreendedor que é, Alexandre Birman não parou por aí. Em 2007, aos 31 anos, decidiu unir a Schultz à Arezzo e iniciar um projeto de internacionalização das marcas. O processo de expansão foi capitalizado pela gestora Tarpon. E assim, as duas marcas passaram a fazer parte do conglomerado Arezzo&Co (ARZZ3). Além disso, Alexandre passa a assumir o cargo de vice-presidente nessa mesma época.

Já em 2008, Alexandre Birman lança a marca de alto luxo de calçados que tem seu próprio nome. Os produtos fazem tanto sucesso, que já fizeram parte dos looks de várias artistas de Hollywood e estrelas da música, como Lupita Nyong’o, Julia Roberts, Jennifer Lawrence e Anne Hathaway.

Em 2011, então, acontece a abertura de capital da empresa, o chamado IPO. E mais: Alexandre Birman assume o posto de presidente – ou CEO – da Arezzo&Co (ARZZ3).

De lá para cá, o empresário passou a ter muito destaque no mundo da moda. Por isso, recebeu diversos reconhecimentos nacionais e internacionais. Como designer, foi nomeado pela Footwear News como um dos “Top 10 Designers” de 2012 e pela Fashion Footwear Association of NY (FFANY) como “Designer of The Year”, em 2017. Além de ter levado o Vivian Infantino Emergen Talent Award, em 2009.

Já como executivo, foi destaque na premiação “Executivos de Valor”, do Valor Econômico, além de integrar as listas de pessoas mais influentes da América Larina (Bloomber Línea, 2022) e do mundo da moda (Business of Fashion, desde 2017).

Marcas que fazem parte da Arezzo&Co (ARZZ3)

Desse modo, fica visível que o empresário tem uma visão bastante empreendedora. Tanto que a união de marcas não ficou apenas entre Arezzo e Schutz. Muito pelo contrário. Atualmente, o empresário é CEO e CCO do conglomerado que é composto pelas marcas:

  • Arezzo;
  • Schutz;
  • Anacapri;
  • Alexandre Birman;
  • Alme;
  • Reserva;
  • Carol Bassi;
  • Vans;
  • Oficina Reserva;
  • Reserva Go;
  • Simples;
  • Reversa;
  • Reserva Ink;
  • Reserva Mini;
  • BAW Clothing;
  • TROC;
  • Vicenza;
  • Paris Texas;
  • ZZMALL (marketplace).

Atualmente, a Arezzo (ARZZ3) tem apostado em um projeto chamado de “rumo a 2154”. Na verdade é uma espécie de brincadeira criada por Alexandre Birman, já que nessa data ele completaria 200 ano.

De acordo com o empresário, ele provavelmente não estará mais por aqui, mas a Arezzo tem que estar.

Os resultados da Arezzo&Co (ARZZ3)

E se depender dos números que permeiam a empresa, pode ser que ela de fato esteja entre nós daqui 130 anos. Afinal de contas, há 2 anos atrás, a companhia atingiu o melhor resultado de sua história. Confira alguns resultados da Arezzo&Co (ARZZ3) em 2022:

  • Faturamento bruto: R$ 5,2 bilhões (aumento de aproximadamente 44% em relação ao período anterior);
  • Ebtida: R$ 657 milhões;
  • Lucro da operação americana: R$ 490 milhões;
  • Valor total de peças vendidas em 2022: R$ 32,4 milhões;
  • Peça mais vendida no período: calçados (R$ 21,3 milhões)

Qual é a fortuna de Alexandre Birman?

E com números tão expressivos, claro que fica aquela curiosidade de saber quanto gira, aproximadamente, a atual fortuna do empresário. De acordo com uma das últimas listas da Forbes de 2023, Alexandre Birman teria um patrimônio que gira em torno de R$ 1,88 bilhão.

Um ano antes, em 2022, a fortuna do empresário atingia o patamar de R$ 1,1 bilhão. Agora, então, é aguardar os próximos passos de Alexandre Birman.