Qual é o segredo do sucesso de todo investidor? Especialista em investimentos responde

Martin Iglesias, especialista líder em investimentos do Itaú Unibanco, participou de debate na Semana ENEF

Como ter resiliência financeira? A capacidade de estar preparado para as mudanças, ou seja, ser resiliente, é o tema da 10ª edição da Semana ENEF, a Semana Nacional da Educação Financeira, e também o cerne do debate da live promovida pelo íon, que aconteceu na quarta-feira (17). 

Mediada por Renata Colombo, coordenadora de conteúdo no Itaú Unibanco, com participação especial do especialista líder em investimento no Itaú Unibanco, Martin Iglesias, e da especialista em recomendação e portfólio no Itaú, Sabrina Lima, a conversa trouxe em pauta as rápidas, principalmente as que atingem o bolso de cada um. 

O poder da diversificação e do longo prazo

Por isso, para Iglesias, “uma das grandes características de um investidor de sucesso é entender que o mercado é probabilístico, não determinístico”.

Entender, por exemplo, que as projeções são voláteis e que os riscos existem já prepara o investidor para um cenário inesperado. O especialista explica, inclusive, que o que mais ajuda na resiliência financeira é a diversificação e a visão a longo prazo.

Diversificação e visão a longo prazo são os principais fatores responsáveis pelo sucesso de um investidor. É um misto de flexibilidade com foco, porque, a longo prazo, as rentabilidades crescem mais rapidamente do que o risco. A combinação da diversificação com os horizontes de longo prazo cria uma lógica de investir que é muito resiliente, pois independente do que aconteça ao longo do caminho, a tendência, no horizonte de tempo, é que a rentabilidade continue crescendo”, explica o especialista líder em investimentos.

Mas, para isso, é importante que o investidor não tenha medo dos riscos. Sabrina afirmou que é comum que investidores tenham uma aversão à perda. “A tendência é que, se um ativo foi bem no passado, mantemos ele torcendo para que o cenário se repita, mas é importante olhar para o investimento de forma crítica e analisar se compensa mantê-lo”, pontua. 

Cuidando de forma crítica de seus ativos, a diversificação se mostra como uma forma inteligente de assumir os riscos.

Para Iglesias, “diversificação não é só sobre proteção. Ela não só reduz como otimiza os riscos. É importante saber quais riscos valem a pena e combiná-los selecionando ativos que têm potencial de valorização.” 

Quantidade não é sinônimo de diversidade

Além disso, o especialista alerta que, diferentemente do que é pensado, “diversificação também não é necessariamente sobre quantidade de ativos, porque quantidade não garante diversificação”. Isso porque a diversificação nasce justamente quando se junta ativos que têm reações diferentes no mercado, que estão sujeitos a diferentes riscos. 

“Isso cria a diversificação, porque os dois ativos não são impactados da mesma forma por um mesmo efeito negativo. O grande segredo da diversificação é combinar um grande número de ativos que se reagem de formas diferentes aos acontecimentos econômicos”, explica Iglesias.

Exemplo de uma boa combinação, diz o especialista, é de ativos internacionais e nacionais. Os do exterior são expostos a riscos completamente diferentes dos nacionais, e isso torna a diversificação muito rica, pois consegue reduzir os riscos aproveitando os prêmios de longo prazo.

Como ser resiliente

Para Iglesias, “a antifragilidade é superior à resiliência. Se for possível ser antifrágil, é ainda melhor do que ser resiliente”. Isso porque o antifrágil é aquilo que se fortalece na dificuldade e nas adversidades. É preciso, segundo o especialista, ter uma estratégia de investimento que se fortaleça quando as coisas vão mal. Aprender com os erros, tanto próprios, quanto dos outros, é, para Sabrina, a chave para a antifragilidade.

Respeite seu perfil de investidor

Embora seja uma constatação, para o especialista líder em investimento, que, a longo prazo, ativos de risco rendem mais, a situação varia de pessoa para pessoa.

“Existe o fator pessoal e psicológico que interfere no perfil de investidor daquela pessoa. Consequentemente, saber seu perfil, ajuda a entender qual sua tolerância ao risco e quanto consegue aguentar.

Para Sabrina, definir seu perfil de investidor é olhar com cuidado qual sua tolerância e capacidade ao risco. Pode haver, por exemplo, tolerância ao risco mas sem capacidade de lidar com ele. “Será que ele tem uma boa reserva que o preserve desses riscos?”, questiona a especialista.

Colaborou Anne Dias