O que aprendi com meu pai sobre dinheiro? 20 filhos contam suas valiosas lições

Louise Barsi, filha do megainvestidor Luiz Barsi Filho, e outras 19 pessoas contam as lições que herdaram de seus pais. Leia e tente não se emocionar

O que você aprendeu com seu pai sobre dinheiro? De que forma os exemplos, a convivência e a orientação da figura paterna exerceram influência sobre a maneira pela qual você se comporta no aspecto financeiro hoje?

Fizemos esta pergunta a 20 homens e mulheres de diferentes formações e idades, incluindo a economista Louise Barsi, filha do megainvestidor Luiz Barsi Filho, conhecido como o Warren Buffett brasileiro.

A pergunta fez com que os entrevistados mergulhassem no passado em busca de lembranças antigas, muitas vezes esquecidas. Alguns, como a dona de casa Kelly Costa e o perito Marcelo Caldeira, perderam seus pais muito jovens, há 40 anos. E ainda assim perceberam, com emoção, que os ensinamentos recebidos estavam lá, guardados, intactos, guiando e inspirando suas ações até hoje.

Nesta reportagem, estes 20 filhos e filhas dividem os valiosos ensinamentos que receberam com você.

Aproveite a leitura. E feliz Dia dos Pais!

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1. Dinheiro pode fazer mais dinheiro

Luiz Barsi e sua filha Louise: método e foco em ações de bancos, energia, saneamento, seguros e telecomunicações — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
Luiz Barsi e sua filha Louise: método e foco em ações de bancos, energia, saneamento, seguros e telecomunicações — Foto: Carol Carquejeiro/Valor

Louise Barsi, 27 anos, sócia do AGF e filha de Luiz Barsi Filho

“Eu acho que eu poderia citar duas grandes lições que eu aprendi com meu pai sobre o dinheiro. A primeira é que não importa o quanto de recurso você tenha, o dinheiro não aceita desaforo. O que eu acho que sempre pautou as escolhas financeiras da nossa família, sempre com muita disciplina, com muita cautela, sem colocar os pés pelas mãos. Sempre ponderando, será que eu preciso? E eu preciso disso agora? Qual é melhor alternativa: compro no débito ou parcelo?

Todas as vezes que você toma decisões com o fígado ou com o coração geralmente não é a decisão mais inteligente com dinheiro. Você tem que tomar uma decisão racional.

E a segunda lição é justamente que o dinheiro pode fazer mais dinheiro, principalmente se você souber investir bem e tiver paciência, que é o efeito do juro composto.”

2. Dinheiro é escasso, cuide bem dele

Fabio Betti Rodrigues Salgado, 57 anos, consultor, filho do Primitivo e pai do Gabriel e do Pietro

“O que aprendi com meu pai — que durante grande parte da vida sofreu com o desemprego —, é que o dinheiro é escasso, que você não pode ter tudo. O dinheiro serve para ter o básico.

Hoje, tenho mais recursos que meu pai, uma carreira bem-sucedida, e vejo que essa mentalidade não se apagou em mim. Continuo sabendo que o dinheiro é escasso e mesmo que hoje eu tenha mais do que tinha na infância, preciso cuidar dele, poupar, e garantir primeiro que as coisas básicas estejam bem equacionadas.

O mais interessante é que meu filho recém-formado médico, e que começou a trabalhar agora, já está poupando grande parte do que ganha, porque tem um custo fixo baixo. E me dá uma alegria danada de ver que assim como meu pai do jeito dele me ensinou algo, eu, do meu jeito, ensinei para o meu filho. E o que ele aprendeu, talvez meu pai, se estivesse vivo, poderia ter uma aula com o neto de fazer o pouco dinheiro que ganha hoje virar mais dinheiro no futuro.”

3. Se você ganhar 100 pode gastar 99, mas não 101

Moises Vasconcellos Marques, 49 anos, administrador, filho de José e pai de José, Mariana e João Nicholas

“Meu pai me ensinou um princípio básico sobre dinheiro: ‘Se você ganhar 100 pode gastar 99, mas não 101’.  Ele demonstrou como lidar com o dinheiro de forma responsável, mas quase nada sobre investir. Eram outros tempos.

Meu pai pensava muito em comprar coisas e com elas ganhar dinheiro. Comprar um carro bem comprado e depois vender por um preço melhor. Ou adquirir imóveis. Mas sobre investimentos, só falava da poupança. 

Assim, durante muito tempo pensei apenas em construir patrimônio e a poupar. Só mais recentemente fui entender sobre investimentos e como multiplicar o dinheiro de verdade. Então, creio que o grande legado que meu pai me deixou foi esse: montar uma boa base e pouco a pouco fazer essa base crescer.”

4. Dinheiro nunca leva desaforo

Kelly Cristina Costa, 52 anos, dona de casa, filha de Miguel, mãe do Cadu e do Felipe

“Lembro do meu pai sempre falando em casa que o dinheiro nunca leva desaforo. Ele também dizia que a gente tem sempre que reservar uma quantia do que ganha, não importa que seja pequena, para ter uma reserva.

Desde muito pequena, ele me falava sobre esse tipo de assunto. E olha que já faz quase 40 anos que eu não vejo mais meu pai. Ele morreu em 1987. Mas eu guardei isso comigo: o importante é sempre guardar um pouquinho do que a gente recebe e nunca gastar mais do que a gente ganha. E eu levei isso para a minha vida.”

5. Não existe atalho para ganhar dinheiro, só trabalho duro

Marcos Augusto Pinto de Oliveira, 47 anos, publicitário, filho de Estolano Marcos e pai de Felipe e Beatriz

“Eu aprendi duas coisas importantes com meu pai sobre o dinheiro. A primeira: para ganhar dinheiro não existem atalhos. Se você não trabalhar duro, se não se esforçar, o dinheiro não vem. 

Faz oito meses que meu pai nos deixou. O que mais me marcou foi que sempre o vi trabalhando muito, mas jamais reclamando do trabalho. Então, quando muitas vezes me pego aqui numa semana difícil, me espelho em meu pai.

E a segunda lição também importante que ele me passou é que o dinheiro é relativo. Hoje eu tenho uma condição de dar aos meus filhos mais do que ele teve condição de me dar. Mas mesmo assim sempre fui uma criança muito feliz, com ele e com o resto da minha família. Meu pai nunca foi de muitas posses, mas conseguiu construir uma vida que me deixava muito orgulhoso e feliz. Então, tento passar para os meus filhos a questão da relativização da importância do dinheiro. Que sim, dinheiro é bom, mas também dá para ser feliz com menos.”

6. Guarde dinheiro, mas fique atento às oportunidades

Pedro Weber, 22 anos, estudante e empreendedor, filho de Celestino João Weber*

“Meu pai foi meu grande mentor e o meu melhor amigo e sempre deu muito valor ao dinheiro. Ele costumava me dizer que dinheiro não cai de árvore…

Meu pai veio de uma família humilde e foi criando sua própria riqueza ao longo dos anos, por meio de muito trabalho e persistência. Ele não gostava de gastar com coisas supérfluas, mas sempre investia naquilo que era essencial na nossa vida: educação, saúde, bem-estar. Embora muito tradicional nos investimentos, era ao mesmo tempo muito agressivo no sentido de conseguir explorar as boas oportunidades. Meu pai Celestino sempre me disse: ‘Pedro, guarde dinheiro, mas fique atento às oportunidades que a vida vai te oferecer.’

Então, em 2008, ele acabou enxergando uma oportunidade no setor imobiliário e fez a compra de diferentes apartamentos e salas comerciais, e isso acabou se tornando o negócio da nossa família, muito porque ele conseguiu guardar dinheiro ao longo dos anos para poder fazer esse investimento, mas também porque ele tinha esse comportamento de investidor, onde ele sabia explorar as oportunidades.

Então o que fica de lição para mim é: saiba valorizar o dinheiro, invista naquelas coisas que são essenciais e importantes na sua vida e mais do que nunca fique atento às oportunidades que a vida vai te apresentar, que os mercados vão te apresentar e que fazer investimentos da maneira certa guardando dinheiro e explorando as oportunidades quando elas aparecem com certeza você vai conseguir criar coisas maravilhosas na tua vida.”

*O pai de Pedro faleceu há dois meses.

7. Mais importante que ganhar é saber administrar o dinheiro

Alice Castanheira, 50 anos, empresária, jornalista e advogada, filha de Nilson

O que aprendi com meu pai sobre dinheiro? Mais do que orientação, meu pai sempre me ensinou a lidar com a chamada ‘administração do dinheiro’. Digo administração porque ele costumava dizer: ‘Mais importante do que ganhar é saber administrar o dinheiro.’

Apesar do pouco estudo (ele tinha só o antigo primário), meu pai sempre foi um vendedor nato e era muito culto. Lia tudo e sabia de tudo que estava acontecendo no país, em qualquer área. 

Durante toda a sua vida, ele trabalhou com agência de compra e venda de carros. Com isso, sabia “ler o cliente como ninguém”, as suas necessidades, sonhos e até potencial de investimento. E, no decorrer da vida, sempre me orientou a tratar o cliente como prioridade.

‘Um cliente bem atendido e satisfeito é a maior propaganda do negócio. Não se trata só de ganhar dinheiro. É preciso ganhar com competência e merecimento porque o retorno financeiro será sempre maior’. Para meu pai, o maior investimento era sempre nas pessoas, mas não gostava de deixar dinheiro parado no banco. É preciso diversificar os investimentos para não ser pego de surpresa, dizia.

8. Não gaste dinheiro à toa e guarde uma parte do que ganhar

Heber Vianna, 42 anos, microempreendedor, filho de Ailton e pai da Elida

“O que meu pai me ensinou sobre dinheiro? A não gastar à toa; a guardar ao menos um pouco sempre que recebesse o salário, para o caso de surgir algum imprevisto, e a juntar dinheiro para quando envelhecesse. Era o que ele sabia e o que me passou. 

Porém não me ensinou o que fazer com o dinheiro depois de ganhar. Ou seja, como gastar e como investir. Acho que essas lições precisam ser ensinadas inclusive nas escolas.”

9. A força do trabalho e do empreendedorismo

Fábio Viana, 40 anos, consultor financeiro, filho de Alberto e pai da Helena

“O que mais me lembro é que meu pai sempre trabalhou muito e demonstrou, pelo exemplo, a força do trabalho, da dedicação. E ele não queria para os filhos aquilo que ele passou, que foi uma infância de bastante trabalho. Meu pai também sempre me dizia: ‘Quero que você faça logo uma faculdade para começar a ganhar o teu dinheiro e assim fazer as suas escolhas.’

O fato de vir de uma família de empreendedores me fez criar essa consciência de que a gente tem que se ‘desenrolar’ para a vida. Não pode ficar esperando, tem que ir atrás do que quer. Aprendi com meu pai que podemos ter as coisas, se trabalharmos para isso.”

10. Herança não é para gastar, mas para investir

Camila Alvarenga, 49 anos, jornalista e pedagoga, filha de Benedicto

“Meu pai me deu duas lições principais sobre dinheiro. A primeira é que é melhor comprar imóvel que pagar aluguel, porque o dinheiro vai pra um bem que um dia será seu. Esse foi um ensinamento muito bom, que funcionou na minha vida. 

Outra coisa que ele sempre falava era que herança não se vende. E se você vender, que seja para investir em outro bem durável, como um imóvel ou outro bem que esteja precisando. Mas nunca gastar no dia a dia. Esse é um dinheiro para ser investido.”

11. Dinheiro deve ser conquistado

Dario Bernardo Júnior, 41 anos, empresário, filho de Dario e pai da Isabela

“Aprendi com meu pai a valorizar e poupar o dinheiro que ganhasse. Quando criança, lembro que eu poupava o dinheiro da mesada para comprar algo que queria, como um brinquedo ou uma roupa. Muitas vezes, deixava de comprar um doce para juntar o valor que precisava para comprar algo desejado. Assim, ao invés de me dar um brinquedo, ele me ensinou a poupar para conquistar o que eu queria.

Além disso, ele também me ensinou que o dinheiro não vinha de mão beijada, mas que era fruto do trabalho. Isso me tornou um adulto disciplinado. Trabalhei em uma instituições financeiras por 18 anos e sempre tive a vida ligada ao crédito e a investimentos.  Hoje sou CEO de uma empresa especializada em crédito e também procuro ensinar para minha filha que o dinheiro deve ser conquistado e que sem luta não há resultados.”

12. Honrar dívidas é um imperativo de sobrevivência

Marcelo Caldeira Barbosa, 51 anos, perito, filho de Osvaldo

“Meu pai morreu há exatos 40 anos de um AVC. Eu, naquela época, um guri de 13 anos, não sabia o que isso significava e, na verdade, pouco sabia de vida. Porém, ele que ia embora já tinha deixado, sem que eu pudesse imaginar, sua contribuição importante para moldar o que sou hoje.

Criado por uma mãe solo, analfabeta, descendente de escravos e que trabalhava como empregada doméstica em casa de família, meu pai via a perda do crédito na venda da esquina ou na padaria como presságio de sérios apuros. Por isso, para ele, honrar as dívidas era mais que um dever moral, era um imperativo de sobrevivência.

Lembro dos seus sermões sobre o quanto era feio ficar devendo e que devia sempre devolver o que tomei emprestado. Ele também tinha pavor de ser pego desprevenido, sem uma reservinha para se socorrer.e o quanto se deveria devolver o que se tomou emprestado.

Que delícia que é relembrar o seu mote curioso, que ainda retumba nos meus ouvidos como se tivesse acabado de ser dito: “Da vida só se leva o que se come.”

Acho que não concordo mais com a leitura seca desse lema. Entretanto, estou plenamente de acordo com que se deva ter extrema atenção com as despesas geradas pelos supérfluos – conceito esse que é subjetivo demais, como se observa pelo dito de meu pai. Do jeito dele, meu pai me ensinou que o dinheiro é um meio, mas sem nenhum sentido enquanto finalidade. Isso ele não precisava dizer, porque transparecia claro, em sua simplicidade e em seu jeito peculiar.”

13. Trabalhe, estude, viva honestamente e não faça dívidas

Roberta Simi, 52 anos, cirurgiã-dentista, filha de Wanderley

“Nossa família nunca teve muito dinheiro, meu pai e minha mãe vieram de família simples. Não fomos pobres de passar fome, mas era tudo contadinho. Meu pai sempre me dizia que para melhorar de vida era preciso estudar e ter uma profissão. Como não tínhamos dinheiro, me dediquei a estudar muito para poder ter bolsas de estudo. Passei em segundo lugar na faculdade e foi com a bolsa de estudo que consegui terminar.

Meu pai sempre trabalhou muito e nem quando ele teve um infarto eu o vi parado. Mesmo quando estava doente, a gente precisava segurar ele para ficar quieto, para não ir trabalhar. Isso ficou de exemplo pra mim. Meu pai também me disse para deixar a vida redondinha, não fazer dívidas para não precisar me preocupar. E, acima de tudo, ter honestidade e ganhar a vida sem levar vantagem sobre os outros.”

14. Meu pai me doou a coisa mais valiosa: seu tempo

Rogério Nakata, planejador financeiro pessoal e familiar, filho de Yoshikatsu

“Meu pai não pôde me dar educação financeira porque ele mesmo nunca teve essa educação de seus pais, mas me ensinou a honrar compromissos e a ter empatia com as pessoas que estavam com problemas financeiros. Ele chegou até mesmo a se prejudicar por conta disso, pois emprestava dinheiro para amigos e colegas de trabalho.

Além disso, meu pai me doou uma coisa que é extremamente valiosa nos dias de hoje, que foi o seu tempo investido na nossa formação. Apesar do pouco conhecimento sobre finanças, meu pai me deixa um legado de princípios e valores que levo para o resto da vida.”

 15. A sorte vem para quem trabalha duro

Silvana Angelica Lopes, 51 anos, funcionária pública, filha do Marcello e mãe do Marcelo

“O senhor Marcello era o típico pai de classe média. Tudo o que ele amealhou foi com esforço próprio, sem herdar nada. Dizia que a sorte vem para quem trabalha duro. Ele nunca se permitiu correr riscos financeiros e acreditava que o melhor investimento era um bom e velho tijolo. Não me lembro de nenhum período em que ele não estivesse poupando e, também, nunca vi meu pai sofrendo com uma única dívida ou atrasando um pagamento sequer.

Apesar desse rigorismo e apesar de parecer, ele nunca foi sovina. Quando precisava de roupas, ele ia na melhor loja e resolvia o assunto de uma vez. O mesmo com móveis, eletrodomésticos. Se íamos a um restaurante, fazia questão de pagar. Era generoso com presentes e sempre se permitiu viajar.

Esses ensinamentos seguem comigo. Não faço dívidas, não pago juros. Vivo com o que ganho. Não posso, não compro. Pés no chão, cabeça no lugar, mas sem esquecer jamais que o dinheiro é um meio, não um fim em si mesmo.”

16. Pague à vista, honre seus compromissos e não ostente

Daniela B.V. Nunes, 51 anos, médica, filha de Francisco e mãe de Sophia e Bruno

“Meu pai sempre teve um pouco de medo de guardar dinheiro no banco, acho que por sequela da época do governo Collor, quando as poupanças foram confiscadas. Por isso, não aprendi a poupar com ele.

Mas ele me ensinou outros valores. A tentar pagar as coisas à vista, financiar o menos possível e honrar meus compromissos. Ele sempre teve uma preocupação muito grande com data de pagamento, em não atrasar nada.

É uma geração muito diferente, mas com muitos princípios como honestidade, não ostentar e nem gastar dinheiro à toa. Isso eu aprendi com ele.”

17. Meu pai usou um cofrinho de moedas para me ensinar

 Carolina Moura de Carvalho, 22 anos, estudante, filha de Thiago Felipe

“Desde muito nova, meu pai sempre me incentivou a guardar dinheiro, tanto que a infância toda eu tive cofrinho e ele sempre me dava moedas e, em datas comemorativas, notas maiores de presente.

Eu gostava muito, pois além de ser um momento muito bacana com ele quando quebrávamos o cofrinho e ele me ensinava e fazia comigo a contagem das moedas, me dava também uma sensação de responsabilidade e liberdade de poder escolher como eu gostaria de usar aquele dinheiro. Eu sempre comprava algo que gostava, mas a maior parte eu continuava guardando.

Hoje em dia que estou mais velha, ele me fala muito sobre ter o controle do que eu gasto, sempre anotar, acompanhar extratos e também me incentiva a ter sempre uma reserva de urgência, caso um dia seja necessário.”

18. Aprendi vendo a luta diária de meus pais para pagar as contas

Rosana Lazaro, 40, professora e atriz, filha de Wlamir

“Nunca aprendi direito com meu pai sobre dinheiro ou finanças, porque ele mesmo não teve esse tipo de educação na casa dele. Mas eu sempre escutava meu pai falando que precisava guardar dinheiro, que precisava ter dinheiro. Porém nunca tivemos esse dinheiro em casa.

Cresci na periferia e sempre vi uma luta diária dos meus pais para conseguir pagar as contas. Isso ficou tanto na minha mente que até hoje sempre tento guardar um dinheirinho e também desconstruir essa coisa que dinheiro é só para guardar.

É claro que a gente tem que guardar dinheiro, tem que ter uma certa reserva, mas dinheiro não é só para guardar: precisamos fazer também nosso dinheiro trabalhar pela gente.”

19. Meu pai me ensinou o gosto por investir em imóveis

Marcos Crivelaro, 56 anos, professor PhD, filho de Jaime José e pai da Gabi*

“O que aprendi com meu pai sobre dinheiro foi principalmente a questão dos imóveis. Ele sempre gostou muito de investir em terrenos, fazer casas, ou comprar casas e reformar. Inclusive minha formação de engenheiro civil foi muito impulsionada por isso. Como educador financeiro, procuro passar para a minha filha que neste mundo globalizado é importante diversificar os investimentos, mas o gosto de investir em imóveis continua, inspirado pelo meu pai.”

*Marcos Crivelaro é engenheiro civil, professor PhD em Ciências dos Materiais, educador financeiro e autor de 33 livros

20. Honestidade e nome a gente leva para a vida inteira

Virgínia Ramos, 53 anos, nutricionista, filha de Jesualdo

“O que aprendi com meu pai sobre dinheiro se resume a uma frase: nunca gaste mais do que você tem, porque dignidade e nome a gente leva pra vida inteira. E tenho isso comigo até hoje.”

Alguns relatos foram escritos pelos próprios entrevistados. Os demais foram editados a partir de áudios enviados a esta jornalista.

À exceção da foto de Louise e Luiz Barsi, todas as demais são de arquivo pessoal dos entrevistados.

@sigaif

O que você aprendeu com seu pai sobre dinheiro? Louise Barsi foi uma das pessoas que respondeu essa pergunta. Desejamos a todos um feliz Dia dos Pais.

♬ som original – Inteligência Financeira