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Empréstimo, financiamento e cartão: entenda os principais tipos de crédito e quando pedir cada um deles
Muito provavelmente você utilizará algum produto de crédito ao longo da sua vida. Seja o tradicional cartão de crédito, seja um financiamento para a compra de uma casa ou um carro ou, então, um empréstimo para cobrir alguma necessidade pontual.
O segredo para se sair bem é entender como funciona cada produto de crédito e, mais, saber como ele pode atender bem às suas necessidades. É o que explica Marcelo Milech, planejador financeiro CFP pela Planejar, em entrevista à Inteligência Financeira.
Antes de mais nada, precisamos saber o que é crédito. “O crédito é uma antecipação temporal de um consumo, em contrapartida com o pagamento de juros a quem está emprestando”, explica Milech.
Portanto, para receber esse dinheiro, o tomador paga uma taxa de juros, que varia conforme uma série de critérios, sendo a garantia oferecida um dos principais. Quanto maior o risco, mais se paga em juros.
O planejador financeiro explica que há uma série de modalidades disponíveis aos consumidores. Dessa maneira, de acordo com Milech, a escolha deve ser pautada pelo uso racional do crédito e seguir uma espécie de “escadinha”. Em caso de necessidade, correr primeiro para as modalidades de juros mais baixos e ir subindo de acordo com as respostas.
Cartão de crédito
Uma modalidade muito conhecida dos brasileiros é o cartão de crédito. Você tem um limite pré-aprovado pelo banco e pode fazer compras em produtos e serviços, recebendo uma fatura ao final do mês. Se pagar em dia você terá a menor taxa do mercado: zero. Vai pagar aquilo que você usou, e o banco vai ganhar dinheiro de outras maneiras, como no adiantamento ao lojista e na fidelização do cliente.
Por outro lado, e é aí que mora o perigo, você pode pagar juros altos caso entre no rotativo ou precise parcelar a fatura.
De acordo com o Banco Central, a taxa média dos juros do rotativo do cartão de crédito foi de 438,9% ao ano em outubro de 2024. Por outro lado, a opção do parcelamento de fatura tem juros médios hoje de 178,1% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 12,25% ao ano.
”O Banco Central orienta o consumidor a quitar integralmente a fatura do cartão de crédito. O uso do cartão na modalidade crédito rotativo deve ser evitado por ser uma linha cara de financiamento”, afirma o BC, em nota.
Cheque especial
Outra modalidade de crédito de fácil acesso é o cheque especial. Trata-se daquele valor que fica disponível direto na conta corrente, sem que seja necessário pedir um empréstimo, por exemplo. Por vezes, o uso é automático caso o cliente fique sem saldo e faça um pagamento no cartão de débito ou uma transferência.
De acordo com o BC, a taxa média de juros do cheque especial foi de 135,3% em outubro de 2024. Contudo, bancos podem oferecer condições mais vantajosas aos seus clientes, incluindo uma janela de alguns dias sem que o uso do cheque especial incorra em juros. É preciso ler as letras miúdas e ficar de olho.
Crédito pessoal
Aqui estamos falando do tradicional empréstimo. De acordo com Marcelo Milech, aqui estamos falando de um longo intervalo de taxas e condições, a depender essencialmente do perfil do consumidor. Especialmente, de qual é a garantia e o risco de inadimplência que o perfil do cliente oferece
Por exemplo, temos a taxa do crédito pessoal para negativados. Em se tratando de pessoas que já estão inadimplentes, as empresas que oferecem esse serviço sobem as taxas. Por outro lado, um cliente com bom score de crédito, boa renda e sem dívidas vai ter acesso a uma taxa menor.
Dessa maneira, pode ser ainda mais baixa se tiver uma renda a ser consignada. Por exemplo, o empréstimo consignado a servidores públicos e aposentados, que têm a garantia do Estado de que vão receber, tem uma taxa muito inferior aos demais tipos de empréstimos.
A média geral da taxa do crédito pessoal é de 43,4% ao ano. Veja a média por tipo de consignação:
Crédito | Taxa média de juros ao ano (out.2024) |
Crédito pessoal não-consignado | 97,2% |
Crédito pessoal consignado (setor privado) | 38,7% |
Crédito pessoal consignado (servidores públicos) | 23,2% |
Crédito pessoal consignado (beneficiários do INSS) | 21,6% |
Financiamento imobiliário e de automóveis
As taxas por ano caem consideravelmente quando estamos falando da aquisição de um imóvel. Isso uma vez que o crédito do financiamento imobiliário tem uma garantia crucial, que é o próprio imóvel financiado. Se o cliente não pagar o financiamento, ele perde o imóvel, que vai a leilão e cobre o prejuízo.
A média das taxas dos financiamentos imobiliários, em outubro de 2024, foi de 9,7% ao ano. Dados do Banco Central, mais uma vez.
Da mesma maneira, os bancos oferecem o crédito reverso. Ou seja, aquele em que o cliente já tem o imóvel e o oferece em garantia para obter um empréstimo junto ao banco. Por existir a garantia do imóvel, a taxa é mais baixa que a média do mercado.
Por outro lado, há também o financiamento de veículos. A taxa média é mais baixa que a do crédito pessoal tradicional, cobra-se cerca de 25,9% ao ano, mas ainda é mais alta que a do financiamento imobiliário. A razão prática é que o veículo é uma garantia mais frágil que o imóvel, uma vez que perde valor com o tempo e sofre mais risco de avarias, como batidas.
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