Como reduzir pagamento de IR ao investir em renda fixa e assim buscar mais rentabilidade
A renda fixa garante bons retornos aos investidores no Brasil com os juros em alta. E promessas de avanços que podem chegar perto dos 17%, a depender de uma série de fatores. É um patamar não visto em muito tempo. Nesse sentido, há ainda boas possibilidades de reduzir o pagamento de IR e aumentar o valor embolsado.
Os títulos incentivados são uma opção. Harion Camargo, planejador financeiro, por exemplo, indica uma carteira com 50% de ativos isentos de IR.
“Essa parcela deve ser composta por debêntures incentivadas, CRIs, CRAs e LCIs/LCAs. A escolha entre essas modalidades depende da liquidez necessária e do perfil de risco”, destaca o especialista.
Ativos isentos para reduzir pagamento de IR sem perder rentabilidade
- 25% em LCIs/LCAs com vencimento acima de um ano, buscando taxas de 95% a 100% do CDI. Esses papéis costumam ter menor risco de crédito e podem servir como colchão de liquidez, apesar de não oferecerem liquidez diária na maioria dos casos;
- 15% em debêntures incentivadas de empresas bem avaliadas, com retorno médio de IPCA+6% a IPCA+7%, trazendo ganho real acima da inflação;
- 10% em CRIs/CRAs, que costumam ter taxas um pouco mais elevadas (exemplo: IPCA+7% a IPCA+9%, dependendo do risco do emissor). Esse investimento exige horizonte de investimento mais amplo.
Ativos tributáveis compõem 50% restantes da carteira
Camargo diz que para quem busca liquidez ou quer diversificação, os ativos tributáveis seguem fazendo sentido, “desde que respeitem prazos longos para otimizar a alíquota de IR.
Uma das estratégias sugeridas inclui:
- 30% em Tesouro IPCA+ com vencimentos superiores a 5 anos. Esses títulos oferecem previsibilidade de ganho real e, ao segurar até o vencimento, garantem a taxa contratada. Hoje, é possível encontrar IPCA+5,5% em prazos longos, o que supera grande parte dos títulos privados;
- 20% em CDBs de longo prazo (3 a 5 anos), que podem pagar entre 110% e 115% do CDI, tornando-se competitivos mesmo após o desconto do IR, quando comparados a opções isentas.
Impacto do imposto
Um dos erros comuns dos investidores é olhar apenas para o percentual de pagamento dos títulos de renda fixa. Isso mascara o imposto nos casos dos títulos tributáveis.
“Em geral, as pessoas fazem o cálculo nominal e não o real. Então, elas olham o CDB que paga 110% do CDI e acham melhor que a LCI que dá 95% do CDI”, alerta Rodrigo Cohen, analista de investimentos e planejador financeiro.
“Tem LCI pagando 94% do CDI, e pode valer mais a pena que muitos CDBs”, acrescenta.
Importante lembrar que tanto o CDB quanto a LCI e a LCA são garantidos pelo FGC até R$ 250 mil. CRAs e CRIs não recebem essa proteção.
Mitigação de riscos
Nesse sentido, a otimização da carteira de renda fixa para mitigar o impacto do Imposto de Renda envolve buscar equilíbrio entre investimentos tributáveis e isentos. Além do ajuste no horizonte de aplicação.
“Quando o investidor quer construir uma reserva de emergência dificilmente ele vai conseguir fugir de investimentos tributáveis, como Tesouro Selic ou CDB de liquidez diária”, diz Antônio Sanches, analista de renda variável da Rico.
Nesse sentido, esses títulos públicos e privados seguem uma tabela regressiva de IR, que vai de 22,5% a 15%, dependendo do tempo de aplicação.
“Para quem possui um horizonte de médio a longo prazo, faz sentido priorizar títulos com vencimento superior a dois anos, reduzindo a alíquota aplicada sobre o rendimento”, explica Harion Camargo, planejador financeiro.
Considerar tempo de carência para reduzir pagamento de IR
Luciana Ikedo, planejadora financeira, destaca ainda o tempo de carência de alguns investimentos, especialmente falando de LCI e LCA.
“A liquidez dos ativos incentivados é menor e é fundamental que o investidor observe o prazo de carência. Ou seja, o prazo no qual os ativos não poderão ser resgatados. Apenas depois de nove meses com o dinheiro investido, o portador de uma LCI ou LCA pode resgatar o valor a qualquer dia.
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