5 passos para começar a investir, mesmo com pouco dinheiro

Dinheiro deve ser visto como uma ponte para nossa satisfação e felicidade, jamais como algo doloroso

Quer investir mesmo com pouco dinheiro? No Brasil, embora haja um aumento gradual no número de investidores, isso ainda é um desafio.

De acordo com o Raio X do investidor brasileiro realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (ANBIMA), o percentual de brasileiros que investem em produtos financeiros vem aumentando gradativamente.

Em 2021, 31% dos brasileiros tinham algum tipo de investimento. Em 2022, esse número subiu para 36%. Já em 2023, não mudou muito, ficando em torno de 37%.

No entanto, as pessoas que investem são, na maioria, das classes A e B. Elas representam 55%. Já as pessoas da classe C, um pouco acima de um terço, 38%. E, ao contrário do que pensa o senso comum, pessoas das classes D e E também investem, sendo 20% dos investidores.

Ainda que o percentual de brasileiros que investem esteja em ascensão, quando comparado a outros países, o índice ainda é baixíssimo.

Por que o brasileiro investe pouco?

Há inúmeros motivos para o brasileiro investir pouco: passado de hiperinflação, baixos salários, apelo excessivo ao consumo, endividamento, falta de hábito e desconhecimento sobre educação financeira e investimentos são algumas das explicações.

A constatação é de que mais da metade da população brasileira ainda não investe.

Ou seja, a maioria das pessoas desconhecem as possibilidades de investimentos ou não conseguem investir.

O Raio X do Investidor Brasileiro ainda revela que entre os brasileiros que conseguem investir, predomina o perfil conservador. A tradicional e pouco rentável caderneta de poupança mantém o posto de investimento mais conhecido e mais utilizado do país.

Ou seja, mesmo que a poupança esteja em queda por 3 anos consecutivos, ela ainda é a opção mais utilizada, representando 25% dos investimentos.

Um quarto da população possui recursos aplicados na poupança. Os títulos privados e as moedas digitais, entretanto, vêm ganhando espaço e cresceram na preferência das pessoas pelo segundo ano consecutivo e já fazem parte das carteiras de 5% e de 4% dos brasileiros, respectivamente.

Como investir mais?

Além de tudo isso, os brasileiros investem pouco porque não têm o hábito e acham difícil gerir dinheiro.

Isso fica claro pela nota baixa que o Brasil recebe no índice de bem-estar financeiro (45,7 de 100). Esse índice mede o quanto as pessoas conseguem satisfazer suas necessidades financeiras, lidar com imprevistos e ao mesmo tempo fazer planos para o futuro e alcançar seus objetivos.

Por onde começar a investir

Seguindo fiel ao meu propósito de “desmistificar” a economia e as finanças, trago aqui dicas e passos para que você inicie seus investimentos, ainda que, tenha pouco dinheiro ou então, invista mais.

Vamos às dicas:

1. Invista em educação Financeira: com informações e instruções sobre como lidar melhor com o dinheiro, você vai conhecer e entender melhor as possibilidades e finalidades de investimentos.

Aqui, na Inteligência Financeira, há uma infinidade de conteúdos que vão desde finanças pessoais, planejamento financeiro, planilhas gratuitas até investimentos e simulações de rendimentos.

A dica é explorar os conteúdos e, acima de tudo, colocá-los em prática, transformando o conhecimento em sabedoria.

2. Tenha uma motivação: investir significa abrir mão de consumo e, eu sei que é difícil… mas ter um objetivo torna a tarefa menos dolorosa. Então, minha dica aqui é: tenha um propósito para investir.

Seja para realizar um objetivo específico ou para garantir seu futuro, dê nome aos investimentos. Como objetivo inicial, sugiro constituir uma reserva de emergência, se ainda não possui. Confira artigo sobre o assunto.

3. Faça escolhas e questione hábitos: é importante compreender que economia não é somente sobre economizar dinheiro. É, acima de tudo, sobre escolhas. Então, é possível investir com pouco dinheiro. Mas é preciso reconhecer sua capacidade financeira e melhore sua relação com as finanças.

Isso pode ser feito questionando sobre seus hábitos financeiros: Quais são seus maiores gastos? Estes gastos são realmente essenciais? São desejos seus ou você está apenas seguindo padrões sociais?

4. Tenha autogestão e disciplina: reconheça suas capacidades financeiras. Saiba seu rendimento, o seu custo de vida (o valor mínimo que você precisa para atravessar o mês) e, então, busque adequar a regra 50 – 30 – 20 para a sua vida e realidade. Como? Alocando 50% de seu rendimento em seu custo de vida e gastos essenciais, 30% a seu estilo de vida, como gastos com roupas, lazer e demais supérfluos, e 20% para investimentos.

5. Olhe para o futuro: segundo o IBGE, até 2050 mais 30% da população brasileira terá mais de 60 anos. Não precisa ser economista para perceber que a previdência social (como existe hoje) não vai garantir o futuro e a aposentadoria de todos. Logo, é essencial que você viva o presente em sua plenitude, mas olhe na direção do futuro. E, o futuro se constrói agora!  Ou seja, investir – ainda que pouco dinheiro – hoje para garantir o amanhã.

Para que serve o dinheiro

Por fim, ratifico o que eu defendo: para ter uma vida financeira saudável precisamos mudar a visão e a relação que temos com o dinheiro.

O dinheiro deve ser visto como uma ponte para nossa satisfação e felicidade e jamais como algo doloroso.

Até a próxima coluna!