Reinvestimento: como e onde aplicar os lucros da sua empresa

Especialistas apontam alternativas para curto, médio e longo prazo para reinvestir o lucro da sua empresa

Trabalhar no reinvestimento do lucro da sua empresa pode ser uma excelente estratégia para fazer o negócio ganhar fôlego para crescer. Mas quais são os melhores investimentos para esse objetivo? E quais cuidados o empreendedor precisa ter ao escolher essas aplicações, considerando o cenário macroeconômico brasileiro?

Quem responde é Ariane Benedito, economista especializada em mercado de capitais. Vamos às respostas.

Reinvestimento: quais as melhores alternativas para aplicar o lucro da empresa

Em primeiro lugar, Ariane acredita que os empreendedores devam ter clareza sobre os objetivos de curto, médio e longo prazo para a companhia.

“É importante definir esses pontos antes de investir para que não incorrer no erro de precisar do recurso antes da maturação do investimento”, alerta.

Além disso, ela acredita que seja necessário saber exatamente o que representa cada montante. “Vale lembrar que uma empresa lucrativa pode optar pela distribuição de lucros, reinvestimento ou caixa”, diz ela.

Como reaplicar o lucro da empresa

Na opinião da especialista, pode ser interessante que os valores que ficarão como “caixa”, por exemplo, sejam aplicados como “reserva de emergência”.

Ou seja, para o curto prazo, vale considerar ativos de baixo risco e com liquidez. Não custa lembrar que o empresário já tem o risco do próprio negócio, não é?

“Nesse caso, e considerando a atual conjuntara macroeconômica, podemos utilizar os títulos públicos, CDBs ou fundos de investimentos”, afirma.

Uma possibilidade de diversificação seria distribuir as aplicações entre opções pós-fixadas, que acompanham a taxa Selic; pré-fixadas, em que a rentabilidade é definida no momento da aplicação, e híbridas, geralmente compostas por IPCA mais uma taxa que protege o investimento da inflação.

Risco apenas para o longo prazo

Ariane faz ressalvas em relação à alavancagem. “O ideal é que as empresas não façam alavancagem com valores que tenham impacto em seus negócios”, diz ela. De jeito nenhum? Também não é assim. Na opinião da especialista, a alavancagem pode ser uma possibilidade para montantes de longo prazo, especialmente se for uma estratégia complementar ao seu segmento.

E ela dá um exemplo. “Uma empresa do agronegócio pode comprar opções das ações de suas concorrentes em posições compradas ou vendidas com objetivo de maximizar a sua rentabilidade com ativos de valores mobiliários ou de proteção”, diz ela.

Ou seja, essa estratégia, na sua opinião, seria complementar às operações da companhia, ainda que dentro de uma política de risco.

Reserva de emergência também é importante para PJ?

Quando falamos em investimentos para pessoa física, os especialistas sempre enfatizam que o primeiro passo é criar uma reserva de emergência. Mas será que a lógica é a mesma para empresas?

Na opinião de Ariane, não necessariamente. “Vai depender do segmento em que essa empresa está inserida e da necessidade de financiamento para suas operações”, diz ela.

O mais importante, ela afirma, é que a empresa tenha uma projeção positiva de geração de receita suficiente para sustentar pelo menos um ano de caixa sem a necessidade de reinvestimento.

Qual o melhor horizonte para fazer o dinheiro trabalhar para a prosperidade do negócio

Não tem muito segredo. Como afirma a economista Ariane, o tempo é um fator importante para qualquer investimento.

“Quanto maior for o horizonte de investimento, melhor será a gestão de risco e, portanto, a segurança com o valor patrimonial da empresa”, finaliza.