Alguns ministros deixam o dinheiro parado na conta corrente; mas você sabe os riscos de fazer isso?

Entenda como isso pode prejudicar suas economias

Dos 37 ministros que compõem o atual governo, alguns deles declararam que deixam uma parte de seu patrimônio em conta corrente.

Dessa forma, Márcio França (ministro de Portos e Aeroportos), Wellington Dias (ministro do Desenvolvimento Social) e Renan Filho (ministro dos Transportes) têm boas quantias em contas de instituições financeiras. 

Além dos ministros, para muitas pessoas deixar dinheiro na conta pode parecer a melhor opção para enfrentar imprevistos. A má notícia, contudo, é que deixar dinheiro parado pode prejudicar suas economias e até mesmo te fazer perder uma parte do valor para a inflação. 

O que é conta corrente remunerada?

Se você não quer perder dinheiro, é aí que entra a conta corrente remunerada. Afinal, ela funciona quase como uma conta corrente tradicional… Mas com uma diferença: oferece um rendimento pelo dinheiro “parado”.

A opção vem ganhando espaço e se tornando atrativa pela praticidade e baixo risco, com grandes bancos e fintechs ampliando esse tipo de oferta aos consumidores.

Conta corrente remunerada atrai público mais conservador

Na visão de Tayná Carneiro, CEO da edtech Future Law, a conta corrente remunerada atrai, principalmente, um público mais conservador. Isto é, especialmente aqueles que têm receio de investir em opções mais arriscadas.

“As contas remuneradas oferecem um rendimento relativamente estável e previsível. Isso porque os juros são normalmente calculados com base em uma taxa fixa. Além disso, podem ser consideradas uma opção de investimento de baixo risco, pois o dinheiro depositado está geralmente garantido pelo governo até um determinado limite”, explica.

Como funcionam uma conta corrente remunerada?

A conta corrente remunerada permite que os usuários retirem e depositem dinheiro a qualquer momento. Enquanto estiver lá, a grana segue rendendo de acordo com a regra de cada instituição. 

“Algumas contas remuneradas também podem exigir que você faça um número mínimo de transações por mês ou use outros produtos bancários, como cartões de crédito ou empréstimos, para manter a taxa de juros elevada”, explica Tayná.

Sem IOF e Imposto de Renda

É importante destacar que a conta corrente remunerada conta com cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e Imposto de Renda (direto na fonte), que variam entre 15% e 22,5% de forma regressiva.

Vale a pena aderir?

Na visão de Tayná, as contas remuneradas podem ser uma boa opção para aqueles que buscam um rendimento estável e previsível. Além disso, são recomendadas àqueles que desejam manter seu dinheiro em uma conta segura.

“Contudo, é importante levar em consideração as taxas de juros, as condições, o prazo e as outras opções de investimento disponíveis antes de optar por uma conta remunerada”, recomenda.

Anote as dicas:

  • Taxa de juros: antes de optar por uma conta remunerada, compare as taxas de juros e escolha aquela que oferece a melhor opção. 
  • Condições: leia atentamente os termos e condições para compreender as exigências e como elas afetam a sua remuneração.
  • Prazo: algumas contas remuneradas exigem que o dinheiro fique depositado por um período mínimo, o que pode ser um problema em alguns casos.
  • Inflação: a taxa de juros das contas remuneradas pode ser menor do que a inflação. Isso significa que o dinheiro pode perder poder de compra ao longo do tempo. Outro ponto de atenção para ficar de olho.

Conta corrente remunerada x poupança

Ao comparar a conta corrente remunerada e a poupança, a primeira opção costuma ser mais vantajosa.

“A poupança é uma opção tradicional de investimento no Brasil, porém, as taxas de juros oferecidas são reguladas pelo Banco Central e geralmente são bem menores do que as oferecidas pelas contas remuneradas”, destaca Tayná.

No entanto, segundo a especialista, as taxas de juros oferecidas por contas remuneradas variam dependendo do banco e podem ser mais baixas do que as taxas oferecidas por outras opções de investimento. Ou seja, títulos do governo ou títulos de empresas – que também têm baixo risco. 

“O ideal é comparar as taxas de rendimento das contas remuneradas com as de outras opções de investimento, como títulos do governo, títulos de empresas, fundos imobiliários, entre outros, para entender qual é a melhor opção para seu perfil”, ressalta.