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Investidoras de cripto: qual é o perfil das mulheres que aplicam em moedas digitais?
Um dos investimentos mais voláteis do mercado tem atraído um público específico e, para alguns, até inesperado: as mulheres. Um estudo feito pela Bitso, empresa de serviços financeiros baseados em cripto, mostra quem são as investidoras de criptomoedas.
A pesquisa, feita com 2,6 mil pessoas, destacou uma tendência crescente de mulheres entrando e ficando no mercado nos próximos meses.
De acordo com o estudo, apresentado em um evento promovido pela corretora, 71% das mulheres têm mais de 3% dos seus investimentos em cripto, enquanto 66% dos homens têm mais de 3% desses ativos na carteira.
O interesse em entrar neste mercado também prevalece entre o público feminino. A maioria dos entrevistados (58%) que nunca tiveram cripto em carteira, mas querem investir, é composta por mulheres.
Mulheres movimentaram quase R$ 7 bilhões
E as mulheres já representam um número expressivo entre os investidores de criptos.
“Olhando para um mercado que ainda é basicamente masculino, temos uma semente de esperança no Brasil e uma tendência interessante”, ressaltou Karen Duque, head de políticas públicas da Bitso.
Outro dado chama atenção: de acordo com a Receita Federal, o Brasil vem batendo recorte no número de investidores em ativos digitais.
Só em março deste ano, 1,6 milhão de pessoas movimentaram as negociações de cripto no país. “Embora as mulheres representem um quinto do total de pessoas que declaram investir em moedas digitais, no primeiro trimestre de 2023 houve um crescimento de 28,4% desse número comparado ao primeiro trimestre do ano anterior. Isso representa quase R$ 7 bilhões movimentados”, destacou Karen.
O salto de quase 30% mostra uma tendência de crescimento da participação feminina neste mercado. “Isso está associado a uma massificação do uso da tecnologia pelas mulheres. Temos muito a avançar, mas temos uma tendência se formando”, ressaltou Karen.
Elas assumem mais riscos
As mulheres também estão dispostas a assumir mais riscos: 41% delas compraram mais ativos no chamado “inverno cripto”, comparado a somente 28% dos homens.
Por outro lado, as mulheres também lideram quando o assunto é diversificação no uso: somente 13% delas disseram que o principal objetivo de investir em cripto é especulação. A grande maioria quer usar cripto como investimento, meio de pagamento e transações internacionais.
“Em geral, acreditamos que as mulheres têm uma aversão maior ao risco, mas percebemos que elas investiram mais até neste período que gerou dúvidas em muitas pessoas. Isso fala também das informações que elas estão consumindo”, ressaltou Analía Cervini, vice-presidente de Comunicação da Bitso.
Por fim, o estudo também traz dados sobre quanto tempo as investidoras de cripto deixam o dinheiro aplicado em moedas digitais. Para os próximos 12 meses, 45% das mulheres querem comprar mais cripto, contra 39% dos homens que pretendem investir nesses ativos. “As mulheres planejam mais. Isso mostra que apesar de termos hoje uma representação bem menor das mulheres em cripto, no futuro a tendência pode ser outra”, disse Analía.
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