Para 94% das pessoas investir é importante, mas menos de 30% têm aplicações

Sentindo o peso da inflação, brasileiro tem dificuldade em fazer o dinheiro sobrar

Mais fácil falar do que fazer. Uma pesquisa do aplicativo de investimentos Monett mostra que para 94% das pessoas investir é imprescindível ou muito importante. No entanto, somente 27,6% dos mais de 4 mil respondentes do levantamento têm algum tipo de aplicação no momento. Outros 11,4% afirmaram que já investiram, mas agora não mais.

E não é só a falta de organização, conhecimento ou planejamento financeiro. Com a inflação a dois dígitos está mais difícil para o brasileiro fazer dinheiro sobrar. Apesar do salto na educação financeira, que aumenta a percepção da importância de investir, se preparar para o futuro ou para emergências, a renda das pessoas não acompanha a teoria.

Comparativo com cesta básica

Para se ter ideia, de acordo com o Procon-SP, em sua pesquisa mensal, uma cesta básica na capital, incluindo produtos de higiene e limpeza, custa R$ 1.253,29, maior que os R$ 1.200 do salário mínimo.

Se considerar somente a compra de alimentos, o valor vai para R$ 749,78, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Auxílio Brasil de R$ 600 só paga cesta básica em cinco capitais das 17 monitoradas pelo departamento.

Embora não tenham tanto para investir, as pessoas estão aparentemente mais sensatas com o dinheiro.

O levantamento da Monett aponta que aposentadoria e reserva de emergência estão no topo das prioridades financeiras dos entrevistados. Em seguida aparecem experiências (como viagens), imóveis e, por último, gastos mais imediatistas como a compra de carro, hobbies ou colecionáveis.

Bancões, bancos digitais e corretoras

Outro dado trazido pela Monett é que a maioria das pessoas, ou 72% dos entrevistados, tem contas nos cinco maiores bancos do Brasil (Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil). Uma parcela de 58% possui conta em bancos digitais, o que implica dizer que muita gente abriu conta nos novos bancos, mas não deixou os antigos.

Em relação a corretoras, o percentual é ainda mais baixo. Só 25,4% possuem cadastro. Menos até que o número de pessoas que dizem ter dinheiro investido em alguma aplicação. Somente 9% respondeu ter contas em instituições especializadas em investimento com criptomoedas.