O dólar está fazendo aniversário: são 230 anos de existência da moeda mais conhecida ao redor do mundo e a principal no mercado de câmbio. Quem acompanha o ativo já reparou que ele tem passado por um período de forte volatilidade nos últimos meses. “Diversos fatores contribuem para isso. A queda significativa que a moeda teve neste ano aconteceu por conta do aumento das commodities e da taxa de juros no Brasil, além das taxas mais baixas nos Estados Unidos. Agora, a subida de juros por lá deve mexer com o mercado”, destaca Leandro Sobrinho, especialista em investimentos e sócio da Raise Investor.
O Fed, Banco Central americano, já sinalizou que pretende fazer mais aumentos da taxa de juros no país. Segundo Sobrinho, isso faz com que os investidores prefiram permanecer em uma economia mais segura, saindo de países emergentes — o que mexe também com o valor da moeda americana. “Também teremos eleições no Brasil. Isso historicamente traz volatilidade para o mercado. Acredito que teremos um ano bem turbulento”, ressalta.
Dólar como proteção?
Diversificar os investimentos e aportar em ativos dolarizados, segundo o especialista, pode ser uma alternativa para proteger o patrimônio. “Diversificar não é só variar na renda fixa e variável, mas também mudar de economia e de posicionamento de mercado. Investir em dólar é uma estratégia de proteção. O dólar é uma moeda forte. Se você tem uma parte do seu patrimônio dolarizada, tem também um equilíbrio em momentos de incertezas”, explica.
A diversificação internacional pode ser usada como uma forma de proteger o patrimônio dos riscos de um só país e moeda. Porém, é preciso ter em mente que investir em dólar tem seus riscos, já que o valor dele depende da situação econômica do nosso país e dos Estados Unidos. A dica é fazer o investimento pensando no longo prazo. “Como existe variação cambial e o mercado oscila bastante, você pode sofrer uma variação negativa se precisar resgatar em um momento inadequado. Historicamente, no médio e longo prazos, só a variação cambial já é maior que a inflação corrigida no Brasil”, ressalta Sobrinho.