A notícia de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o último trimestre do ano passado nem chegou a animar muito. Até porque, o resultado apurado pelo IBGE ficou abaixo das expectativas: o PIB do período foi de R$ 2,249 trilhões, e os especialistas acreditavam que o aumento seria de 1,2%. De qualquer forma, foi um crescimento. E isso, de alguma forma, pode ser bom para seus investimentos? “No médio e longo prazos, um PIB mais forte se reflete em resultados mais fortes das empresas, potencialmente se transformando em maiores pagamentos de dividendos“, afirma Italo Martinelli, especialista em investimentos do Itaú Unibanco. Observe que Italo fala em médio e longo prazos. Não espere, portanto, um efeito imediato no seu bolso por conta desse resultado. Confira abaixo a entrevista que Italo concedeu à Inteligência Financeira:
O aumento do PIB entre janeiro e março chega até os investidores?
Primeiro, existe um efeito imediato com os operadores do mercado ajustando as suas projeções com os novos dados do PIB, o que muitas vezes se reflete nos preços de mercado como a curva de juros, câmbio e o mercado de renda variável. No médio e longo prazos, um PIB mais forte se reflete em resultados mais fortes das empresas, potencialmente se transformando em maiores pagamentos de dividendos para os investidores ou as empresas realizando reinvestimentos, visando o crescimento de longo prazo.
É preciso ficar atento se esse resultado do PIB é uma tendência positiva de longo prazo para a economia ou um movimento mais circunstancial. Toda decisão de investimento deve ser pensada para o longo prazo.
O que os investidores devem evitar?
Tomar decisões imediatistas com os dados divulgados, sem pensar nas projeções e tendências de longo prazo. O portfólio de investimentos e as movimentações nos ativos devem sempre prezar por uma estratégia de longo prazo.
Nesse momento, a nossa recomendação de investimentos do Itaú não está sendo alterada com esse resultado do PIB. O mais recomendado é manter a estratégia de uma carteira diversificada, visto que melhores resultados da economia terão uma tendência de gerar retornos, em magnitude e tempos distintos, em diferentes classes de ativos.