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Tarcísio: seria ‘uma honra’ ter Paulo Guedes na Secretaria da Fazenda de São Paulo
O governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta quinta-feira (8) que Paulo Guedes merece um “descanso” caso não assuma o cargo de secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. Ao ser perguntado pela reportagem da Inteligência Financeira no evento Macro Vision, evento anual do Itaú BBA que chegou em sua 13ª edição, Tarcísio disse seria “uma honra” ter o ministro da Economia dentre o quadro de executivos do governo paulista. Ele confirmou que deve nomear o próximo secretário da Fazenda na semana que vem.
“Seria um luxo ter o Paulo [Guedes] por tudo que ele fez. Sou fã dele. Obviamente, ele quer descansar agora, o que é compreensível. Para mim ele foi um gigante”, disse Tarcísio de Freitas, que em seguida teceu elogios à gestão de Guedes à frente da Economia.
O governador também deu detalhes sobre as duas principais privatizações programadas em sua gestão: a da Emae e da Sabesp.
Pela gestão “mão cheia” de Guedes, o governador eleito disse que o descanso do ministro “é merecido”. “Ele foi bem. Superou as crises [pandemia e Guerra na Ucrânia] fazendo o Brasil crescer. Gerou empregos, a relação da dívida com o PIB diminuiu, então ele entrega um país também ajustado do ponto de vista do fiscal.”
Tarcísio de Freitas ainda comentou sobre a eleição do economista e ex-presidente do Banco Central Illan Goldfajn ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Ele disse que a vitória de Goldfajn é um sinal de que “o Brasil está com prestígio lá fora”.
Tarcísio quer privatizar Emae antes da Sabesp
Durante o painel que fez ao lado dos governadores reeleitos Romeu Zema (Novo) e Eduardo Leite (PSDB) — com mediação do economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita —, Tarcísio de Freitas também elaborou como será a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
A privatização, no entanto, pode sofrer entraves. Isso porque parte da população e da Assembleia Legislativa do estado (Alesp) são contrários à venda do controle. O próprio Tarcisio voltou atrás na afirmação de que pretendia realizar essa privatização devido à repercussão negativa na campanha eleitoral.
Mas, de acordo com o governador eleito, a Emae, que opera um sistema hidráulico e gerador de energia elétrica na Região Metropolitana de São Paulo, na Baixada Santista e no Médio Tietê, deve ser privatizada primeiro. O processo de venda e capitalização ocorreria dentro de um ano, segundo Tarcísio.
Como Tarcísio de Freitas quer privatizar a Sabesp
A Inteligência Financeira perguntou quem deve assumir a Sabesp no novo governo. Tarcísio disse que ainda não escolheu um nome. “Com a pessoa que escolhermos, vamos mostrar ao mercado a nossa forte intenção de privatizar [a companhia], já estamos procurando quem tem afinidade com o setor de saneamento”, disse governador eleito.
Mesmo sob a indefinição, Tarcísio disse que a intenção é iniciar a privatização buscando uma parceria com algum banco multilateral. Para iniciar os estudos, o governo paulista procuraria uma instituição como o BNDES ou a IFC (International Finance Corporation), braço do Banco Mundial.
“É alguém que pode estruturar conosco essa oferta de capital da Sabesp”, prosseguiu Tarcísio. Para o governador, o modelo ideal misturaria elementos da privatização da Eletrobras com “excedentes da cessão onerosa”, como ocorreram vendas no caso das jazidas de petróleo que a União permitiu às empresas explorarem dentro da bacia do pré-sal, por meio de licitação.
“Por um lado você faz a renovação dos contratos de concessão, faz operação de venda das ações na bolsa de valores, diluindo a participação do governo. Pelo outro, dividimos parte dessa receita [oriunda da privatização] com os municípios atendidos, capturamos esse dinheiro no próprio sistema de saneamento, investindo em coleta e tratamento de esgoto”, afirmou Tarcísio.
É a maior privatização a ser realizada pelo governo, admitiu Tarcísio, proporcional ao desafio de vender 100% da Sabesp. O objetivo com a venda total da companhia é “atingir a meta de universalização” do saneamento básico no estado.
Tarcísio voltou a alegar que a conta de água não deve ficar mais cara como resultado da venda da Sabesp.
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