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Novo banco de investimento coloca foco em empresas esquecidas pelas grandes instituições
Um time de veteranos do mercado financeiro, incluindo ex-executivos do Bradesco (BBDC4) e do Banco do Brasil (BBAS3), está chegando ao mercado com o banco de investimentos Yards Capital, com foco em empresas médias, segmento que consideram subaproveitado pelas instituições maiores, mas que oferece oportunidades de rentabilidade maior.
Qual será o alvo do Yards
Os alvos do Yards serão empresas com faturamento bruto anual de R$ 50 milhões até R$ R$ 1,5 bilhão de reais, faixa conhecida no jargão do mercado como middle e high middle, especialmente dos setores de agronegócio, infraestrutura, imobiliário, energia e tecnologia. “Há nesse meio muitas empresas de ótima qualidade, mas que são muito mal atendidas pelos grandes bancos”, disse Leandro Miranda, ex-Bradesco BBI, um dos seis sócios seniores da Yard, em entrevista para nós da Inteligência Financeira.
Os sócios principais do banco incluem Gueitiro Genso, ex-vice-presidente do BB e Simone Monteiro, ex-Previ. O negócio começa com um patrimônio inicial de R$ 1 bilhão, de recursos dos próprios fundadores. O time todo do Yard tem cerca de 40 profissionais e as primeiras operações do grupo são esperadas para acontecer nos próximos dois meses.
Ciclo de deterioração do crédito
Segundo Miranda, o ciclo de deterioração do crédito bancário desde o ano passado, num período de inflação e juros altos, levou as grandes instituições financeiras a serem mais seletivas na concessão de novos financiamentos, o que deixou empresas médias desassistidas.
O Yards vê uma chance de preencher essa lacuna por meio de operações estruturadas de crédito, que serão oferecidas a grandes investidores, boa parte deles no exterior. Para isso, montou um time de executivos em geografias como Estados Unidos, com ex-executivos do Merill Lynch, e no Oriente Médio, onde será representado por Sergio Espeschit, ex-Vale.
“As operações de crédito estruturado podem trazer liquidez para empresas desse perfil que elas precisam e para as quais os investidores têm apetite”, acrescentou.
O Yards também vai buscar outros papéis de menor liquidez, como os chamados ativos estressados, em geral dívida vencida, incluindo de empresas em recuperação judicial ou processo de falência.
“Não pretendemos trabalhar com ativos líquidos”, disse Miranda, referindo-se a fundos de ações e de títulos de Tesouro, que oferecem comissões menores e sofrem marcação a mercado.
Simultaneamente, a companhia planeja oferecer gestão do patrimônio para os empresários que terão como clientes na divisão de banco de investimentos, por meio dos braços de asset management e wealth management.
Para concluir a estrutura, o Yards nas próximas semanas planeja adquirir pequenas boutiques de investimento e de assessoria para operações de mercado de capitais, como fusões e aquisições. “Virão mais executivos de mercado para o time”, afirmou Miranda. A companhia promete destinar permanentemente 3% do lucro do negócio para projetos sociais e o meio ambiente.
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