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Investidor brasileiro deve alocar cerca de R$ 1 trilhão de recursos no exterior nos próximos anos
Com a crescente procura do brasileiro por opções de investimentos que equilibrem rentabilidade, liquidez e segurança, além do acesso cada vez mais fácil a ativos internacionais, praticamente todo investidor do país vai ter uma conta internacional nos próximos anos.
Essa é a previsão de Roberto Lee, fundador e presidente da Avenue, a maior corretora de investimentos nos Estados Unidos para brasileiros. Criada em 2018, a instituição tem hoje mais de 700 mil clientes.
“Estimamos que cerca de R$ 1 trilhão de recursos financeiros de investidores brasileiros de varejo migrarão para o exterior nos próximos anos”, disse o executivo à Inteligência Financeira.
Em que se baseia essa premissa
Sua previsão baseia-se na premissa de que isso vai ser um desenvolvimento natural do interesse já manifesto pela ampla maioria do poupador brasileiro por ter ao menos parte do patrimônio protegido em moeda forte e em ativos menos voláteis.
“O maior objetivo do investidor é a preservação do capital”, afirmou o executivo, revelando que títulos do Tesouro dos Estados Unidos e de grandes corporações globais estão entre os ativos mais buscados pelos clientes da corretora.
XP, Nomad e C6 também oferecem contas no exterior
Lee citou um levantamento da própria Avenue, indicando que 7 em cada 10 investidores de varejo no país manifestam interesse de ter parte do patrimônio convertido em moeda estrangeira.
Esse desejo não está passando despercebido pelas instituições financeiras.
Além de XP, Nomad e C6, que passaram a oferecer contas no exterior nos últimos anos, nas últimas semanas o BTG Pactual e o Bradesco revelaram planos de oferecer esse tipo de produto aos seus clientes ainda em 2023.
Com isso, Lee estima que o Brasil deve chegar a cinco milhões de contas de investimentos no exterior num horizonte de cerca de cinco anos, diante da percepção generalizada do mercado das oportunidades que emergiram nos últimos anos da combinação de inovações regulatórias e tecnológicas, que facilitaram o acesso de investidores a mais opções, dentro e fora do Brasil.
“Estamos atrasados em relação a outros países emergentes em investimento internacional de pessoa física no exterior”, disse Lee, citando mercados como o Chile, onde os investimentos no exterior respondem por cerca de 30% da massa de recursos dos poupadores do varejo.
Tendo esses dados como parâmetro, a previsão de Lee de migração de R$ 1 trilhão para o exterior pode parecer até conservadora, já que só a indústria brasileira de fundos de investimento tem um patrimônio de cerca de R$ 6,5 trilhões, segundo dados da Anbima.
Curadoria é um dos nomes do jogo
Para o executivo, à medida que esse mercado cresce rapidamente, a capacidade de oferecer uma curadoria para compor e preservar patrimônios com uma prateleira que pode incluir desde ações de gigantes chinesas listadas nos EUA a títulos de dívida de grandes corporações globais vai ser cada vez mais importante.
Com isso, a Avenue, hoje com cerca de 350 funcionários, vem ampliando investimentos na verticalização do negócio, com uma equipe própria de análise de investimentos, enquanto está fortalecendo seu time de assessores, em parte para atender um enorme público potencial após a parceria com o Itaú Unibanco, que tornou-se sócio em julho do ano passado ao comprar 35% da corretora.
Com um passo na direção de atender um público mais amplo, a corretora está preparando-se para ampliar a oferta de assessoria individual, hoje restrita a investidores com ao menos US$ 250 mil. “Quem tiver a partir de US$ 50 mil vai ter assessoria também”, disse Lee. Adicionalmente, a empresa já se prepara para ampliar a prateleira de produtos financeiros, como seguros e mesmo crédito em dólares.
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